Papa: Jovens rezam pelo Papa na Capelinha das Aparições e lembram Igreja «sem portas, janelas, muros e obstáculos»

Oração lembrou momentos de Francisco naquele local, em 2017 e 2023

Fátima, 01 mar 2025 (Ecclesia) – Jovens de 21 dioceses de Portugal quiseram «todos, todos, todos, rezar juntos hoje pelo Papa, na capelinha das Aparições, em Fátima, local onde Francisco, em 2023, afirmou uma igreja “sem janelas, portas e muros”.

O diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, Pedro Carvalho, explica à Agência ECCLESIA, a vontade de os jovens se unirem e “rezarem diante de Maria”.

“O ano de 2023 vai ser um ano inesquecível nas nossas vidas e (ele) deixam-nos muitas, muitas mensagens. Uma delas é esta, é aqui, rezar diante de Maria e fazermos oração. Portanto, quisemos associar-nos a este momento mais frágil do Papa para que consigamos dar-lhe esta força e ele saiba que esta juventude de Portugal também está com ele”, sublinha.

O responsável recorda a manhã do dia 5 de agosto, um dia inserido nas JMJ Lisboa 2023, em que Francisco se deslocou a Fátima e rezou, na capelinha, junto dos doentes e das pessoas com deficiência.

“Fez-se um peregrino entre os peregrinos e mostrou-nos que Maria nos conduz a Jesus. Fazia por isso, todo o sentido os jovens de Portugal, a representar as 21 Dioceses, estivessem aqui, em oração por ele, neste momento mais difícil”, reconhece.

D. José Ornelas, que presidiu à oração, fala numa Igreja “reunida à volta do sucessor de Pedro” e num duplo significado.

“Serem os jovens que tomaram esta iniciativa, jovens que foram aqui convocados pelo Papa Francisco nas Jornadas Mundiais da Juventude, onde um dos pontos significativos foi este aqui em Fátima, onde ele veio congregar a Igreja e, olhando para esta capelinha, dizia que é uma imagem bonita da Igreja, que é uma Igreja que não tem muros, que acolha todos, todos, todos; hoje são estes todos, todos, todos pedem a Deus que esteja com ele e que o acompanhe nesta hora de sofrimento, mas que é uma hora também para a Igreja de se unir em torno disso e da esperança que a nossa fé nos dá”, indica.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa indica que no tempo atual, a marca deixada pelo Papa Francisco, «todos, todos, todos» é “mais do que nunca, necessária”.

“Vemos sinais de divisão por todo lado, de muros que se colocam à livre movimentação das pessoas e na busca de sentido para uma humanidade mais em paz e mais solidária. Esta mensagem do Papa é uma mensagem que ficará e ficará na Igreja, e espero, e que vai dando o seu fruto, na medida em que estes jovens também se movimentam para isso”, sublinhou.

O bispo de Leiria – Fátima afirma que na hora de “sofrimento” do Papa é também “hora de esperança que vai para além da morte”.

“Encaro com muita preocupação e muita proximidade ao Papa na oração e pedindo a Deus por ele, mas também com a mesma tranquilidade com que sabemos o tipo de esperança que ele prega – é aquela que todos nós temos, nós temos a esperança de curar de uma doença e de outra e ele já curou de muitas crises e de muitos problemas. Gostaríamos todos de ver ele levar por diante este caminho que tem na Igreja, e é isso que nós pedimos a Deus, mas sobretudo sabendo que ele e a igreja estão nas mãos de Deus”, explicou.

O cardeal Américo Aguiar, um dos responsáveis pela organização da JMJ Lisboa 2023 esteve também presente na capelinha das aparições.

“Ouvimos o Papa, em 2023, nesta igreja sem portas, janelas, sem muros, obstáculos, que urge continuar a construir e a desconstruir obstáculos. Em 2017, o Papa disse aqui «Temos mãe». E estamos aqui por isso. Vimos dizer à mãe o quanto gostamos do Papa Francisco e é importante que ele continue connosco mais um tempo generoso”, afirmou à Agência ECCLESIA.

O cardeal bispo de Setúbal relembrou a ligação que o Papa Francisco tem ao Santuário de Fátima.

“Antes do encontro internacional preparatório da JMJ, estive com o Papa e disse-lhe que seria em Fátima. Ele sorriu e disse: «Que bom. É sempre bom ir de vez em quando confidenciar com a mãe os nossos projetos, alegrias, tristezas e dificuldades». Ora cá estamos a partilhar com a mãe, alegrias, tristezas, lágrimas e a certeza de que Francisco continuará a caminhar connosco porque há muito trabalho para fazer», finaliza.

HM/LS

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