Papa Francisco: «Foi um dos que se deixaram ligar pelo espírito para transformar a Igreja», afirma presidente da Conferência Episcopal Portuguesa

D. José Ornelas afirma que morte do Papa «só dá mais força ao processo que ele iniciou», para que não fique «o processo Francisco, mas o processo de Igreja»

Foto: Vatican Media

Leiria, 21 abr 2025 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse que a morte do Papa Francisco, na manhã desta segunda-feira, “é um momento de tristeza, sem dúvida, e de surpresa”, e afirmou que a “metodologia nova de ser Igreja há de florescer”.

“É um dia certamente de luto para nós, mas é também um dia em que essa esperança ganha nova força e nova dimensão e também se purifica de qualquer forma simplesmente de se ligar simplesmente a uma pessoa”, disse D. José Ornelas, em declarações à Agência ECCLESIA.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa observou que a morte do Papa Francisco, esta segunda-feira, dia 21 de abril, aos 88 anos de idade, “é um momento de tristeza, sem dúvida, e de surpresa”, depois de tê-lo ouvido este domingo de Páscoa, a partir da cátedra que foi sempre nestes momentos a Basílica de São Pedro, “a proclamar a ressurreição e a proclamar o desejo da paz”.

“É uma surpresa ser acordado com isto, com esta notícia. Por outro lado, essa tristeza e uma comoção imensa, mas deixa-nos também uma mensagem muito bonita”, acrescentou.

D. José Ornelas lembrou o processo sinodal em curso e o Ano Santo 2025, o Jubileu de Esperança, que a Igreja Católica está a viver, e observou que “a partida” do Papa põe um outro tom nisso tudo, porque “a esperança não é uma coisa que alguém vê realizada sempre”.

“A esperança está sempre à nossa frente, e ele foi essa esperança, é precisamente aqui que ele foi criando, e a esperança há de ser isso. Ele iniciou um processo, e todos nós queríamos ver completar, de certo modo, mas ele sempre disse o sínodo não é uma coisa para ser completada, é para ser vivida, e continuada”, desenvolveu o bispo de Leiria-Fátima.

“Eu louvo a Deus, antes de mais, pelo Papa Francisco, por aquilo que ele foi para nós todos, pela esperança que criou, a esperança de vida e de transformação.”

Sobre o que é que vai ficar da herança do Papa, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa referiu que “não interessa nada”, o que interessa é aquilo que Francisco criou, e afirmou que uma “metodologia nova de ser Igreja há de florescer”.

“A partida dele só dá mais força ao processo que ele iniciou para que não fique o processo Francisco, mas fique o processo de Igreja, que Francisco soube bem levar por diante, e soube bem iniciar, para que seja continuado, na Igreja”, realçou.

Segundo D. José Ornelas, este é um dia de luto, mas é também “um dia em que essa esperança ganha nova força e nova dimensão”, lembrando as forças do espírito, destacou que o Papa Francisco foi um dos que se “deixaram ligar pelo espírito para transformar a Igreja”.

D. Jorge Mario Bergolgio, cardeal de Buenos Aires, foi eleito como sucessor de Bento XVI a 13 de março de 2013, após a renúncia do pontífice alemão, assumindo o inédito nome de Francisco; foi também o primeiro Papa jesuíta e o primeiro sul-americano na história da Igreja.

PR/CB/OC

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