Papa: Francisco critica o homem que se «crê» Deus e destrói o mundo

Celebração no cemitério de «Campo Verano» apontou a esperança na «santidade» que aguarda a humanidade

Roma, 01 nov 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje que o homem se vê como um "Deus" e devasta a "criação, a vida, as culturas, os valores e a esperança".

"O homem crê-se Deus. As guerras que continuam a não germinar vida, a indústria da destruição que descarta os jovens, os idosos, uma cultura descartável", afirmou esta tarde o Papa na homilia da celebração eucarística a que presidiu no cemitério em 'Campo Verano', Roma.

Francisco partiu de três imagens que, disse, surgiram ao ouvir a leitura do evangelho das Bem-aventuranças: "devastação", "vítimas", "Deus".

"Nós somos capazes de devastar a terra e isto é o que estamos a fazer: a devastar a criação, a vida, as culturas, os valores, a esperança", afirmou, lembrando a "imensidão de povos que têm de fugir para salvar a vida, têm medo, são perseguidos pela sua fé".

O Papa criticou a "cultura do descartável" que esquece "as crianças, os velhos, os jovens sem trabalho".

"Por favor salvação, por favor paz, por favor pão, por favor trabalho, por favor filhos e avós, por favor jovens com dignidade para poderem trabalhar".

No dia em que a Igreja católica celebra todos os santos, o Papa quis lembrar quantos "nasceram da grande tribulação", "pecadores como nós", "mas que o Senhor santifica".

Francisco afirmou que "aquilo que o homem será, não foi ainda revelado": "hoje sabemos que fomos feitos à sua imagem e semelhança", recordou, apontando o caminho de "esperança" e de bem-aventuranças para que no "momento do encontro definitivo com Deus" o homem se torne santo.

"Que o Senhor nos ajude e nos dê a sua graça de ter esperança, mas também a graça para ter coragem de sair de tudo o que é destruição, devastação, relativismo de vida, exclusão dos valores, exclusão de tudo o que o Senhor nos deu: exclusão de paz".

"Esta esperança não desilude", finalizou.

No inícicio de novembro a Igreja católica assinala, no dia 1, a celebração de Todos os Santos, e no dia 2 a Memória dos Fiéis Defuntos.

Como é tradição, o Papa irá visitar, este domingo, as grutas do Vaticano para um momento de oração pelos pontífices que já faleceram.

Na segunda-feira, o Papa preside a uma Missa pelos cardeais e bispos falecidos no último ano.

LS

 

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Agência ECCLESIA

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