Papa: Francisco conseguiu reunir consenso à sua volta

Professor universitário e jornalista analisam primeiro ano de pontificado

Lisboa, 07 mar 2014 (Ecclesia) – O professor universitário José Manuel Pureza e a jornalista do ‘Expresso’ Rosa Pedroso Lima consideram que o Papa Francisco conseguiu, no primeiro ano de pontificado, uma popularidade e aceitação generalizada.

“Há um mistério, sem dúvida, na figura deste Papa, desde logo, por ser alguém que consegue agradar mesmo a tudo e todos. E isto é ainda mais bizarro no reino dos media, tradicionalmente crítico e distante das figuras da Igreja, onde o Papa ganhou uma rápida e inegável simpatia”, escreve em artigo de opinião no Semanário ECCLESIA, Rosa Pedroso Lima.

Já José Manuel Pureza refere também em artigo de opinião na mesma edição que “a catolicidade mundial exigia um pastor que trouxesse no coração e na mente a condição, largamente maioritária, da periferização económica e da subalternidade política”.

Omembro do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra destaca que Francisco é um Papa que dá “expressão à pobreza como condição estrutural de povos inteiros” algo que lhe dá “autoridade no testemunho dos gestos simples de desprendimento quotidiano e de fazer da conversão a um estilo de vida pobre a prioridade de todo o povo de Deus”.

“Feita de palavra, a conversão à centralidade dos pobres faz-se também de gestos”, analisa José Manuel Pureza, lembrando de seguida que atitudes como “a abdicação de viver nos aposentos papais, o convívio com os sem-abrigo ou a compaixão para com os doentes”, foi algo “bem compreendido nesse sentido por um mundo carente da força do exemplo de vida”.

No seu artigo de opinião publicado na mais recente edição do Semanário ECCLESIA, Rosa Pedroso Lima conta o episódio em que na redação do ‘Expresso’ elegeram este ano o Papa como a personalidade internacional do ano, uma decisão que normalmente “demora horas” mas que este ano “foi escolhida em menos de um fósforo”.

“Nestas eleições do Expresso, há sempre divergências, discussão de personalidades, confronto de ideias. Com o Papa Francisco, nada. Ateus e agnósticos, concordaram. Esquerda e direita, também. Novos e velhos jornalistas, que sempre falam tanto, calaram-se”, relata.

Um exemplo da popularidade de Francisco que a jornalista considera acontecer não apenas “pelo seu sorriso irresistível, pela sua inteligência clara, que se vê nos gestos e nas palavras ou ainda pelo seu exemplo de simplicidade”.

“O grande contributo do Papa, até agora, foi trazer a Igreja para a terra. Aproximá-la dos homens e do mundo, para os quais se dirige. Porque foi aqui que Cristo se situou. E é aqui que tem de continuar”, conclui.

MD

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