Cidade do Vaticano, 29 mai 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco sublinhou hoje no Vaticano que a “fé autêntica”, aberta a Deus, aos outros e ao perdão “faz milagres”, durante a habitual missa matinal na Casa de Santa Marta onde reside.
Numa homilia em que criticou a "esterilidade espiritual, o egoísmo espiritual", Francisco deu como exemplo uma passagem do Evangelho desta sexta-feira, que fala sobre uma "figueira" que "não dá fruto", rejeitada por Cristo.
Essa figueira, disse o Papa argentino, é como "uma vida que não frutifica, incapaz de fazer o bem”, "representa a pessoa que nada faz para ajudar, que vive sempre para ela mesma, para que nada lhe falte".
No final, estas pessoas tornam-se neuróticas, todas, salientou Francisco, que depois alertou para a tentação de viver e fazer da religião um negócio, como os “comerciantes do templo”.
“Trocam moedas, vendem os animais para os sacrifícios, têm até um sindicato para defendê-los. Isto não só era tolerado como permitido pelos sacerdotes”, acrescentou, recordando a história bíblica dos filhos de um sacerdote que “obrigavam” as pessoas a fazer ofertas e tiravam dividendos do povo e “também dos pobres”.
“Os sacerdotes não os ensinavam a rezar, não ministravam catequese. Era um covil de ladrões. Realizavam os rituais, vazios, sem piedade. Não sei se nos fará bem pensar se connosco acontece algo do género em qualquer lugar. Usar as coisas de Deus para lucro próprio”, concluiu o Papa.
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