Papa fala de «esperanças» ecuménicas

A aproximação entre católicos e protestantes na interpretação dos textos do Apóstolo Paulo, historicamente motivo de profunda divisão entre as duas comunidades cristãs, é motivo de “grandes esperanças ecuménicas”, disse esta Quarta-feira Bento XVI. Durante a audiência geral dessa semana, o Papa lembrou como Martinho Lutero baseou o seu protesto contra o sistema de indulgências da Igreja numa interpretação das epístolas de São Paulo, o que conduziu a Europa ao cisma protestante. “Lutero encontrou uma nova interpretação da teologia da justificação, que o libertou dos escrúpulos e dos anseios da sua vida anterior, com uma nova e radical confiança na bondade de Deus, que perdoa incondicionalmente”, disse Bento XVI. O Papa acrescentou que, a partir desta visão dos ensinamentos de São Paulo, Lutero passou a ver a Igreja como “uma escravidão da doutrina” mas frisou que “o Concílio de Trento interpretou de modo profundo esta teologia, encontrando uma síntese entre a lei e o Evangelho”. Bento XVI concluiu a sua mensagem afirmando que “hoje aumenta a convergência entre a exegese católica e a protestante das epístolas de São Paulo, o que representa uma grande esperança para o ecumenismo”. A 31 de Outubro de 1999, em Augsburgo, na Alemanha, foi assinada uma histórica Declaração Conjunta sobre a Justificação entre a Federação Luterana Mundial e a Igreja Católica Romana. A declaração estabelece que as confissões católica e luterana professam a mesma doutrina sobre a justificação pela fé, embora com diferentes caminhos.

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