Papa estimula diálogo com o mundo ortodoxo

Bento XVI apela ao respeito pelos legítimos direitos das comunidades religiosas Bento XVI aproveitou a presença, no Vaticano, do primeiro embaixador da República do Montenegro junto da Santa Sé para lançar um apelo ao diálogo fraterno com a Ortodoxia. “Como no passado, a Sé Apostólica deseja reafirmar também a sua estima, afecto e consideração pelas nobres gentes que habitam o Montenegro, visando também um diálogo fraterno com a Ortodoxia, tão presente e viva no país”, assinalou. No seu discurso desta manhã, o Papa frisou que o Montenegro sempre se caracterizou como “lugar privilegiado de encontro ecuménico” entre a tradição oriental e a ocidental, esperando que ali possa prosseguir um “diálogo fraterno” com o mundo ortodoxo. Evocando “o diálogo ininterrupto” que desde sempre existente entre as gentes do Montenegro e o bispo de Roma, Bento XVI sublinhou com especial ênfase a Convenção assinada, em 1886, entre a Sé Apostólica e o Príncipe Nicolau do Montenegro, garantindo a assistência espiritual aos cidadãos católicos. O Papa registou com apreço “a respeitosa atitude assumida pela Igreja Ortodoxa daquele tempo, que não se opôs a um acordo com a Santa Sé”, fazendo votos de que “essa cristã disposição possa evoluir”. Ainda em referência ao “pleno reconhecimento da vida e objectivos da comunidade católica, no contexto da sociedade montenegrina”, Bento XVI defendeu que “cada católico tem consciência das prerrogativas do Estado, mas ao mesmo tempo não esquece os seus deveres em relação aos imperativos do Evangelho”. Sobre os acordos assinados entre a Igreja e o Estado, Bento XVI esclareceu que “é possível estabelecer acordos que vão beneficiar o país e a comunidade católica sem, de modo algum, lesar os legítimos direitos de outras comunidades religiosas”. O Papa falou da necessidade de dar continuidade, no Montenegro à tradição de diálogo ecuménico e mesmo inter-religioso que o caracteriza: “Abraçando a tradição oriental e ao mesmo tempo a tradição ocidental, a sua pátria, senhor embaixador, sempre se caracterizou como lugar privilegiado daquele encontro ecuménico por todos desejado. Também o encontro entre cristãos e muçulmanos encontrou no Montenegro realizações convincentes. Há que prosseguir neste caminho, no qual a Igreja deseja que todos possam convergir, no empenho de unir esforços ao serviço da original nobreza do ser humano”. (Com Rádio Vaticano)

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