Bento XVI pede liberdade para os cristãos e diálogo com a comunidade internacional
Bento XVI deixou votos de que exista no Irão uma “abertura crescente e uma colaboração confiante” com a comunidade internacional.
Recebendo esta Quinta-feira no Vaticano o novo embaixador da República Islâmica do Irão, o Papa destacou as grandes “tradições espirituais” do povo iraniano e a sua “profunda sensibilidade religiosa”, que considerou “motivos de esperança”.
O presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad anunciou hoje que o Ocidente e o Irão estão agora a cooperar no que diz respeito à questão nuclear, depois de os ocidentais terem passado de uma política de confronto para uma de cooperação.
Segundo Bento XVI, é necessário “apoiar uma nova fase de cooperação internacional, mais solidamente fundada nos princípios humanitários e na ajuda efectiva aos que sofrem, menos dependente de cálculos frios”.
“A Santa Sé, por seu lado, estará sempre pronta a trabalhar em harmonia com os que servem a causa da paz e que promovem a dignidade com que o Criador dotou cada ser humano”, indicou.
Perante o representante diplomático de Teerão, o Papa apelou à melhoria da situação das comunidades cristãs e lembrou em particular a presença católica no país desde os primeiros séculos do Cristianismos, fazendo “parte integrante da vida e da cultura da nação”.
“Esta comunidade é realmente iraniana e a sua experiência secular de convívio com os crentes muçulmanos é de uma grande utilidade para a promoção de uma maior compreensão e cooperação”, assinalou.
Bento XVI espera que as autoridades do Irão saibam “reforçar e garantir aos cristãos a liberdade de professar a sua fé” e que a comunidade católica tenha as “condições essenciais para a sua existência, nomeadamente a possibilidade de ter pessoal religioso em número suficiente e facilidade de deslocação no país”.
Após destacar a importância do diálogo inter-religioso e da defesa da “liberdade religiosa e de consciência”, o Papa assegurou que “a Santa Sé deseja consolidar as suas relações com a República Islâmica do Irão e favorecer a compreensão e cooperação mútuas em vista do bem comum”.
“O estabelecimento de relações cordiais entre os crentes das diversas religiões é uma necessidade urgente do nosso tempo, a fim de construir um mundo mais humano e mais conforme ao projecto de Deus para a criação”, prosseguiu.
Bento XVI concluiu enviando saudações a Mahmoud Ahmadinejad e a toda a nação iraniana.