Papa envia ajuda às vítimas do conflito na Geórgia

Assistência às pessoas continua a ser principal preocupação. Refugiados temem não ter casas para onde voltar Um cheque de 125 mil dólares a favor da Caritas da Geórgia é a ajuda de Bento XVI às vítimas do conflito na Ossétia do Sul. O valor chegou na passada semana a D. Giuseppe Pasotto, administrador apostólico dos latinos no Cáucaso. Este contributo é sinal que “as palavras que Bento XVI pronunciou no Ângelus não são só palavras”, explicou D. Pasotto à agência Zenit. Recentemente, o Papa fez dois apelos por ocasião da oração do Ângelus, a 10 e 17 de Agosto. O primeiro apelou centrou-se no cessar do conflito na Ossétia, “também em nome da herança comum cristã”, e o segundo “para que sejam aliviados com generosidade os graves sofrimentos dos prófugos, especialmente das mulheres e das crianças, a quem falta inclusive o necessário para sobreviver”. Num país maioritariamente ortodoxo, este apelo causou grande impacto, pelo facto de “o chefe da Igreja Católica se interessar de maneira tão decidida pelo conflito em curso, que tenha no coração a população georgiana e reze por ela”. “Os refugiados entre 80 mil e 90 mil, estão espalhados por cerca de 200 postos de acolhimento”, explica o administrador apostólico. Após os acordos com a Rússia, “ainda se sente tensão. Apesar das negociações, ainda está tudo bloqueado e não se pode andar por onde se quer”. A ocupação de Gori, explica o bispo católico de Tbilisi, dividiu em dois a Geórgia e apenas se “pode esperar pela retirada das tropas russas”. Entretanto, Caritas enviou a Tbilisi um carregamento de bens porque a população está sem recursos. “Tanto o governo georgiano como o patriarcado ortodoxo pediram ajuda à Igreja Católica. Estamos a fazer tudo o que é possível, com um grande espírito de colaboração”. Este mesmo espírito de colaboração moveu as Igrejas cristãs, junto das comunidades muçulmana e judaica, a realizar dois apelos conjuntos pelo cessar-fogo e o envio de ajudas humanitárias. D. Pasotto explica que no presente momento “não faltam as ajudas internacionais, mas a situação de precariedade ameaça durar muito”, apontando que a população georgiana espera muito da comunidade internacional e “tem medo de ficar sozinha”. “Talvez alguns deles possam voltar a Gori, mas não a Tskhinvali. Será necessário reconstruir as casas e trabalhar para que todos os necessitados recebam ajuda”. Também o núncio apostólico na Geórgia, o Arcebispo Claudio Gugerotti, explica que a verdadeira emergência, neste momento, é atrair a atenção da opinião pública para a situação da Ossétia do Sul, onde não existe controle do corredor humanitário. “A minoria georgiana vive no terror”, indicou. Casas incendiadas, campos queimados, aldeias destruídas são o cenário de uma emergência humanitária, que D. Gugerotti dá conta “onde o maior medo destas pessoas é não conseguir voltar às suas casas e pensar que perderam todos os seus pertences, mas também seus parentes”.

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