Papa diz que nenhuma reforma deve ser contra a Igreja

São João Leonardo (1541-1609) apresentado como modelo para os padres de hoje

Bento XVI evocou hoje a figura de um padre italiano que morreu em Roma, há quatrocentos ano, São João Leonardo, com um modelo para os sacerdotes e os fiéis de todo o mundo, defendendo que qualquer reforma que seja feita na Igreja deve acontecer “dentro” da mesma, e “nunca” contra ela.

Este Santo viveu no séc. XVI, quando se deu a Reforma e consequente separação das Igrejas cristãs, que perdura até hoje. Após ressaltar a figura de S. João Leonardo (1541-1609) e seu desejo de renovação da Igreja para torná-la “mais bela e santa”, o Papa disse que quem quer realizar uma reforma religiosa e moral “deve fazer como um bom médico, um cuidadoso diagnóstico sobre os males que atormentam a Igreja para poder prescrever o remédio mais apropriado”.

“A renovação da Igreja deve começar em quem manda e estender-se ao resto”, acrescentou, lembrando essa frase do santo.

Bento XVI acrescentou que qualquer reforma deve ser feita “de dentro da Igreja e nunca contra a Igreja”, e que cada reforma, embora afecte as estruturas, deve incidir em primeiro lugar “no coração dos fiéis”, para construir um mundo melhor.

Na catequese da audiência geral desta Quarta-feira, numa Praça de São Pedro inundada de peregrinos, o Papa especificou que São João Leonardo, depois de, num primeiro momento, ter pensado em ser farmacêutico, acabou por ser ordenado padre.

Para transmitir aos homens Jesus Cristo crucificado e ressuscitado, “medida de todas as coisas”, reuniu à sua volta jovens que desejavam reconhecer, também eles, a primazia de Cristo nas suas vidas. Surgiram assim os Clérigos Regulares da Mãe de Deus. Na sua preocupação de formar padres preparados para partir em missão para regiões distantes e lançou as bases do Seminário para a Propagação da Fé.

“Atento a encontrar os remédios mais apropriados aos males do seu tempo, incitava cada um a reformar-se a si próprio. Recordava também que o encontro com Cristo se faz na sua Igreja, santa mas frágil, enraizada na história – onde crescem lado a lado o trigo e a cizânia – mas sempre Sacramento da Salvação”, indicou Bento XVI.

“Neste ano sacerdotal, a tocante e luminosa figura de São João Leonardo, homem de Deus e infatigável educador, é um apelo para os padres e para todos os cristãos a fazer de Cristo o critério da nossa acção de do nosso zelo apostólico”, concluiu o Papa.

Em português, o papa deixou uma “saudação amiga aos fiéis da arquidiocese de Porto Alegre e demais peregrinos de língua portuguesa”.

“Viestes a Roma, onde há quatrocentos anos morreu São João Leonardo, vítima da caridade fraterna, contagiado ele mesmo pela epidemia cujos doentes tratava. A luminosa figura deste Santo convida todos os cristãos a transmitirem aos homens o verdadeiro «remédio de Deus», que é Jesus Cristo crucificado e ressuscitado. N’Ele vos abençôo, a vós e às vossas famílias”, disse.

São João Leonardo morreu no dia 8 de Outubro de 1609, em Roma. Foi beatificado no ano de 1861, tendo a canonização acontecido a 17 de Abril de 1938.

No final da audiência, o Papa lembrou a celebração da Virgem do Rosário e destacou a “importância” desta oração.

(Com Rádio Vaticano)

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Agência ECCLESIA

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