O Papa está “determinado” a tomar novas medidas contra os padres pedófilos, afirmou o arcebispo D. Rino Fisichella ao jornal italiano Corriere della Sera.
O prelado esclareceu que essas disposições podem estar incluídas na carta pastoral que Bento XVI vai brevemente enviar aos bispos da Irlanda.
O Papa não está de forma alguma paralisado ou encerrado numa torre de marfim face aos casos de pedofilia que envolvem a Igreja, referiu o presidente da Academia Pontifícia para a Vida.
Pelo contrário, ele “é uma pessoa clara, determinada, extremamente lúcida na sua análise”, características que o levarão “a tomar as medidas necessárias”, declarou D. Rino Fisichella.
Segundo o arcebispo, a carta pastoral que Bento XVI deverá remeter ao episcopado irlandês será uma “nova ilustração das suas posições claras, determinadas” e “sem vontade de dissimulação”.
Os casos de pedofilia revelados nestas últimas semanas, designadamente na Alemanha, Áustria, Holanda e Suíça “lançam uma sobra sobre o conjunto da Igreja: para nós, a tolerância zero não é opcional”, mas “uma obrigação moral”, sublinhou o responsável da Cúria do Vaticano.
D. Rino Fisichella referiu que as novas medidas poderiam inspirar-se na experiência americana: “Vi aqui um discernimento bem mais atento na selecção dos candidatos [ao sacerdócio] e um empenho sem precedentes na sua formação académica e espiritual”, explicou o prelado numa entrevista concedida quando se encontrava nos Estados Unidos.
A propósito do celibato, D. Rino Fisichella assinalou que “não somos reprimidos. Somos pessoas que fizeram uma escolha livre de dedicação e amor para com a Igreja e para com aqueles que nos são confiados”.
O arcebispo mostrou-se também convencido de que “a grande maioria dos padres” vive a dimensão do celibato “na alegria e com seriedade”.