Bento XVI agradece Ano Sacerdotal recentemente concluído e lembra figuras de sacerdotes exemplares
Bento XVI lembrou este Domingo um conjunto de sacerdotes que considerou exemplares, num dia em que deu “graça a Deus” pelo Ano Sacerdotal recentemente concluído.
“Se olharmos para a história, podemos observar quantas páginas de autêntica renovação espiritual e social foram escritas com o contributo decisivo de padres católicos, unicamente animados pela paixão pelo Evangelho e pelo homem, pela sua verdadeira liberdade, religiosa e civil”, disse, lembrando as “iniciativas de promoção humana integral” que partiram da “intuição de um coração sacerdotal”.
Perante milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa agradeceu os “frutos” desta iniciativa: Nunca ninguém os poderá medir – reconheceu – mas estes frutos são visíveis, e outros se hão-de ver no futuro”.
“O sacerdote é um dom do Coração de Cristo: um dom para a Igreja e para o mundo. É do Coração do Filho de Deus, transbordante de caridade, que brotam todos os bens da Igreja. Ali tem origem, de modo particular, a vocação daqueles homens que, conquistados pelo Senhor Jesus, deixam tudo para se dedicarem inteiramente ao serviço do povo cristão, a exemplo do Bom Pastor”, afirmou.
Segundo Bento XVI, “o sacerdote está plasmado da própria caridade de Cristo, aquele amor que O levou a dar a vida pelos amigos e também a perdoar aos inimigos. Por isso, os padres são os primeiros operários da civilização do amor”.
Aludindo ao Cura d’Ars, tão recordado ao longo do Ano Sacerdotal, Bento XVI fez votos de que a sua intercessão continua a “acompanhar-nos também de agora em diante”.
Outra figura sacerdotal recordada hoje pelo Papa foi o padre Jerzy Popieluszko, que foi morto pelo regime comunista polaco, beatificado em Varsóvia no passado Domingo.
“Exerceu o seu generoso e corajoso ministério junto de todos os que se empenhavam a favor da liberdade, a defesa da vida e a sua dignidade. Essa sua acção ao serviço do bem e da verdade era um sinal de contradição para o regime que então governava a Polónia. Foi o amor do Coração de Cristo que o levou a dar a vida e o seu testemunho foi semente de uma nova primavera na Igreja e na sociedade”, sublinhou.
Após a recitação do Angelus, nas saudações aos diferentes grupos de peregrinos, Bento XVI evocou duas beatificações que tiveram lugar neste fim-de-semana, respectivamente em Espanha e na Eslovénia.
Na cidade de Linares, da diocese andaluza de Jaen, teve lugar a beatificação de Manuel Lozano Garrido, “leigo que com o seu exemplo e os seus escritos soube irradiar o amor de Deus, mesmo no meio dos sofrimentos que o mantiveram constrangido a uma cadeira de rodas durante quase vinte e oito anos”.
“Os jornalistas poderão encontrar nele um testemunho eloquente do bem que se pode fazer quando a pena reflecte a grandeza da alma e se coloca ao serviço da verdade e das causas nobres”, disse o Papa.
A outra referência de Bento XVI foi à beatificação do jovem mártir Lojze Grozde que teve lugar neste domingo de manhã, na Eslovénia, na missa conclusiva do Congresso Eucarístico Nacional.
“Era particularmente devoto da Eucaristia, que alimentava a sua fé inabalável, a sua capacidade de sacrifício pela salvação das almas, assim como o seu apostolado na Acção Católica para conduzir a Cristo os outros jovens”, indicou o Papa.