Papa desafia jovens da América Latina

Bento XVI pronunciou esta noite um longo discurso perante milhares de jovens do Brasil e vários outros países da América Latia, desafiando as novas gerações desta região a serem “protagonistas de uma sociedade mais justa e mais fraterna”. O Papa apelou a compromissos concretos em campos como a defesa do ambiente, com uma particular referência à Amazónia. Citando uma passagem do hino nacional do Brasil, o discurso papal observava que “a devastação ambiental da Amazónia e as ameaças à dignidade humana das suas populações requerem um maior compromisso nos mais diversos espaços de acção que a sociedade vem solicitando”. Boa parte da reflexão de Bento XVI foi dedicada ao “sentido da vida” e à importância de seguir e anunciar Jesus. O discurso do Papa foi interrompido 29 vezes por aplausos, acompanhados pelos gritos de “Santo, Santo, Santo” quando falou de João Paulo II. Alertando para os riscos do “do materialismo e do laicismo”, o Papa desejou que os jovens se tornem “homens e mulheres livres e responsáveis”, destacando a importância da família e da defesa da vida “do início ao seu natural declínio”. Depois de desafiar os jovens a dedicarem a sua vida “aos elevados ideais da fé e da solidariedade humana”, Bento XVI criticou “a ambição desmedida de riqueza e de poder”, a qual leva à “corrupção”. O Papa apelou à castidade dos jovens, em especial no tempo do namoro e do noivado, com “respeito pela instituição do Sacramento do Matrimónio”, vivendo um amor “mais fiel, indissolúvel e fecundo”. Bento XVI assegurou a todos os presentes que “a Igreja precisa de vós, como jovens, para manifestar ao mundo o rosto de Jesus Cristo, que se desenha na comunidade cristã”. “Sede os apóstolos dos jovens. Convidai-os para que venham convosco, façam a mesma experiência de fé, de esperança e de amor; encontrem-se com Jesus, para se sentirem realmente amados, acolhidos, com plena possibilidade de realizar-se”, pediu o Papa. No final desta intervenção ficou uma referência à V Conferência Geral dos Bispos latino-americanos e caribenhos, com Bento XVI a assegurar que ela “marcará de modo significativo os próximos 10 anos de evangelização” nesta região do mundo, com quase 500 milhões de católicos, pelo que ninguém “deve ficar de fora ou permanecer indiferente” a este esforço.

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