Bento XVI presidiu esta Sexta-feira à tradicional Via Sacra no Coliseu de Roma, tendo pedido aos fiéis que sejam capazes de “reconhecer, sem hipocrisia”, o mal que está dentro de cada um.
Logo na oração inicial da celebração, iluminada por milhares de velas e acompanhada por milhões de pessoas em todo o mundo, o Papa rezava para que que Deus libertasse a razão humana “da pretensão, errada e um pouco ridícula, de poder dominar o mistério” que a envolve.
“Libertai a nossa vontade da presunção, igualmente ingénua e infundada, de poder construir sozinhos a nossa felicidade e o sentido da nossa vida”, acrescentou.
O percurso que recorda o sofrimento de Jesus Cristo antes da sua morte contou com um conjunto de meditações, lidas em cada uma das 14 estações, com a assinatura do Cardeal italiano Camillo Ruini, ex-presidente da Conferência Episcopal Italiana.
Ao longo do percurso, a cruz foi levada, entre outros, por uma família, um doente, dois haitianos, dois iraquianos, uma vietnamita e uma congolesa, para além de dois franciscanos da Custódia da Terra Santa.
No final, o Cardeal Agostino Vallini, vigário papal para Roma, entregou-a a Bento XVI.
Concluindo a celebração, o Papa falou do “profundo amor” de Jesus para com a humanidade e convidou os fiéis a seguirem Cristo “como um mestre”, mesmo no sofrimento.
Para os cristãos, assinalou, o túmulo e a morte “não são lugares sem esperança”, perspectivando assim a celebração da Páscoa, neste fim-de-semana, em que se celebra a ressurreição de Jesus.
Bento XVI defendeu que “o amor que Deus nos tem – e nos deu sobre a Cruz – é a única força capaz de transformar o mundo”.