Papa denuncia «ideologias de morte»

Milhares de fiéis acompanharam Bento XVI pelas ruas de Roma Bento XVI denunciou esta quinta-feira as “ideologias de morte” que dominam as sociedades actuais, às quais contrapôs Jesus como “pão da vida”. A Igreja, assinalou, tem de atravessar “o deserto deste mundo”, tornado árido por sistemas ideológicos e económicos que não promovem a vida, mas, pelo contrário, a “mortificam”. O Papa lamentou que o mundo de hoje seja dominado pela lógica do “poder e do ter”, mais do que pela do “serviço e do amor”, dando espaço para o triunfo da “cultura da violência e da morte”. Milhares de fiéis acompanharam o Papa pelas ruas de Roma, na tradicional procissão do Corpo de Deus, para um encontro com o “Jesus que passa”. Segundo Bento XVI, a Eucaristia é “para todos, para toda a humanidade” e também para “todas as gerações de cristãos”. Este ano, o Papa foi recebido na Basílica de Santa Maria Maior com um tapete de flores, com o escudo pontifício encomendado para a ocasião pela Embaixada espanhola na Santa Sé. O vigário do Papa para a diocese de Roma, Cardeal Camillo Ruini, e o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, acompanharam Bento XVI durante a procissão. Ao longo da via Merulana reuniram-se milhares de fiéis, entre os quais membros de associações eclesiais, religiosas, sacerdotes, Bispos, Arcebispos e outros Cardeais. O Papa falou da Eucaristia como “sinal de contradição”, porque um Deus que se faz carne e se sacrifica a si mesmo pela vida do mundo “coloca em crise a sabedoria dos homens”. O dom da Eucaristia é apresentado de forma aberta e pública “para que cada um possa encontrar ‘Jesus que passa’ para que cada um, recebendo-o, possa ser curado e renovado pela força do seu amor”. Para os cristãos, a celebração eucarística “é um apelo à santidade e ao dom de si aos irmãos”. E a adoração eucarística, disse ainda o Papa, convida a reflectir “sobre o facto de Cristo se ter imolado pela humanidade inteira”. “A festa de Corpus Christi quer tornar perceptível, não obstante a dureza do nosso ouvido interior, este toque do Senhor. Jesus bate à porta do nosso coração e pede para entrar, não somente pelo espaço de um dia, mas para sempre”, indicou.

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