Papa defende acolhimento dos migrantes e refugiados

No dia em que a Igreja recorda estas pessoas, Bento XVI convida as novas gerações a construir uma sociedade mais fraterna Bento XVI deixou um apelo às comunidades cristãs para acolherem os refugiados e migrantes, durante o Angelus recitado na Praça de São Pedro. O Papa recordou os que vivem fora dos seus países, longe das suas famílias, e que precisam de ajuda para se integrarem nas suas novas comunidades. “São muitos os jovens que, por vários motivos, são obrigados a viver longe das suas famílias e dos seus países. Particularmente em risco estão as crianças e os menores”, apontou, lembrando em particular as que “nasceram a cresceram em campos de refugiados”, que “também têm direito a um futuro”. “Convido, assim, as comunidades eclesiais a acolherem com simpatia os jovens e crianças, juntamente com os seus pais, procurando compreender as suas histórias e favorecer a sua inserção”, disse Bento XVI Evocando o tema deste ano, os jovens migrantes, o Papa exprimiu o seu apreço “por todos os que se empenham a favor dos jovens migrantes, das suas famílias e a favor da sua integração laboral e escolar”. A esses jovens migrantes pediu que se comprometam “em construir juntamente com os companheiros da vossa idade uma sociedade mais justa e fraterna, cumprindo os vossos deveres, respeitando as leis e sem nunca vos deixardes contagiar pela violência”. Bento XVI espera que os jovens migrantes sejam capazes de resistir, em todo o mundo, às tentações da violência e do ódio. Na sua mensagem para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado, o Papa critica ainda aqueles que exploram e abusam destas pessoas. “Sede respeitadores das leis e nunca vos deixeis levar pelo ódio e pela violência”, pede o Papa aos jovens na mensagem para esta jornada, celebrada pela Igreja neste dia 13 de Janeiro de 2008. Bento XVI recomenda ainda aos destinatários da mensagem que procurem ser “protagonistas, desde já, de um mundo no qual reine a compreensão e a solidariedade, a justiça e a paz”. Para além dos conselhos, a mensagem papal deixa duras críticas aos que fazem destes jovens “vítimas de exploração, de chantagens morais e até de abusos de todos os géneros”. O Papa fala em especial dos adolescentes e dos menores não acompanhados, “que constituem uma categoria de risco entre quantos pedem asilo” e são muitas vezes, transformados em “objecto de violência física, moral e sexual”. São também recordadas as “crianças e adolescentes que tiveram como única experiência de vida “campos de permanência obrigatórios” (campos de refugiados ou de deslocados internos, ndr), onde se encontram segregados, distantes dos centros habitados e sem possibilidade de frequentar normalmente a escola”. “Como podem olhar com confiança para o seu futuro?”, pergunta o Papa. O documento fala ainda da chamada “dificuldade da dupla pertença”: “por um lado, eles sentem profundamente a necessidade de não perder a cultura de origem, mas, por outro, sobressai neles o desejo compreensível de se inserir organicamente na sociedade que os recebe, sem que isto, contudo, leve a uma completa assimilação e à consequente perda das tradições ancestrais”. A Igreja, assegura Bento XVI, “olha com especial atenção para o mundo dos migrantes e pede a quantos receberam nos Países de origem uma formação cristã que façam frutificar este património de fé e de valores evangélicos, de modo a oferecer um testemunho coerente nos diversos contextos existenciais”.

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