Bento XVI contra os que consideram a figura de Cristo como mais um entre os fundadores das grandes religiões Bento XVI manifestou-se hoje contra os que relativizam a vida e obra de Jesus, considerando a figura de Cristo como mais um entre os fundadores das grandes religiões ou os sábios da história. Na Solenidade de São Pedro e São Paulo, celebrada na Praça de São Pedro, o Papa falou sobre a “integridade da fé cristã”, criticando a tendência de comparar Jesus a “Buda, Confúcio, Sócrates e outros sábios e grandes personagens da história”. “Muitas vezes, Jesus é considerado também como um dos grandes fundadores das religiões, do qual cada um pode tirar qualquer coisa para formar a sua própria convicção”, referiu, lembrando que, como no tempo dos Apóstolos, ainda hoje as pessoas têm várias opiniões sobre Cristo. Para o Papa, há duas formas de “ver” e “conhecer” Jesus: uma mais superficial, a outra, como os discípulos, “mais penetrante e autêntica”. “Trata-se de procurar em profundidade, de reconhecer a singularidade da pessoa de Jesus de Nazaré, a sua novidade”, referiu Bento XVI, que já escreveu um livro dedicado a esta temática, publicado este ano. Ainda partindo do episódio evangélico em que Pedro professa a sua fé em Jesus, o Papa falou da “lógica da cruz”, que considerou um caminho difícil e escandoloso para “os discípulos de todos os tempos”. “Devemos reconhecer que, mesmo para o crente, a Cruz é sempre difícil de aceitar. O instinto leva-nos a evitá-la e o tentador leva a pensar que é mais prudente preocupar-se em salvar-se a si próprio do que em perder a própria vida por fidelidade ao amor”, indicou. Segundo Bento XVI, “a integridade da fé cristã é dada pela confissão de Pedro, iluminada pelo ensinamento de Jesus sobre o seu caminho para a glória, isto é, o seu modo absolutamente singular de ser o Messias e o Filho de Deus”. “Também hoje, como nos tempos de Jesus, não basta possuir a justa confissão de fé: é necessário sempre aprender de novo do Senhor o seu modo próprio de ser o Salvador e o caminho no qual O devemos seguir”, acrescentou. Como é tradição, encontrava-se presente uma delegação do Patriarcado de Constantinopla, retribuindo idêntica visita que a Igreja de Roma realiza à sede de Istambul em 30 de Novembro, por ocasião da festa de S. André. O Papa recordou que no ano passado ele próprio participou nessa festa ao lado do patriarca Bartolomeu I. “A visita que cada ano nos fazemos reciprocamente é sinal de que a busca da plena comunhão se encontra sempre presente na vontade do Patriarca ecuménico e do Bispo de Roma”, declarou Bento XVI. Esta solene celebração de S. Pedro e S. Paulo foi também ocasião para o Papa entregar aos novos Arcebispos metropolitas, nomeados nos últimos doze meses, o chamado “palio”, uma tira de lã, símbolo da comunhão com a sede apostólica de Roma. (Com Rádio Vaticano)