Papa contra marginalização dos cristãos

Encontro ecuménico celebrado em Praga destaca património comum no continente europeu

Bento XVI disse este Domingo que “estão a emergir novas formas que tentam marginalizar a influência do Cristianismo na vida pública”, num discurso na República Checa, “muitas vezes sob o pretexto de que os seus ensinamentos prejudicam o bem-estar da sociedade”.

“É um fenómeno que exige da nossa parte uma pausa para reflectir”, admitiu.

Num encontro ecuménico celebrado em Praga, o Papa referiu que “os cristãos não devem dobrar-se sobre si mesmos, medrosos do mundo, mas sobretudo devem partilhar com confiança o tesouro de verdade que lhes foi confiado”.

Ao mesmo tempo, prosseguiu, “devem ter a coragem de convidar homens e mulheres à conversão radical que deriva do encontro com Cristo e introduz numa nova vida de graça”.

Neste contexto, o Papa defendeu que os cristãos de toda a Europa se devem sentir “encorajados na sua missão” pelo facto de as raízes cristãs do continente continuarem a influenciar e a alimentar a sua vida pública.

“Quando a Europa se coloca à escuta da história do cristianismo – disse – escuta a sua própria historia. As suas noções de justiça, liberdade e responsabilidade social, juntamente com as instituições culturais e jurídicas estabelecidas para defender estas ideias e as transmitir às gerações futuras são plasmadas pela sua herança cristã”.

O Papa afirmou que o Evangelho “não é uma ideologia” nem pretende “bloquear dentro de esquemas rígidos as realidades sociopolíticas que se evolvem”.

 “Deste ponto de vista – salientou Bento XVI- compreendemos com maior clareza porque é que os cristãos são obrigados a unirem-se a outros recordando à Europa as suas raízes….É pelo facto de elas – de maneira ténue mas ao mesmo tempo fecunda – continuarem a dar ao Continente o apoio espiritual e moral que permite estabelecer um diálogo significativo com pessoas de outras culturas e religiões”.

“O Evangelho transcende as vicissitudes deste mundo e lança nova luz sobre a dignidade da pessoa humana em cada época”, concluiu.

(Com Rádio Vaticano)

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