D. Carlos Azevedo diz que é preciso separar convicções da «alma simples dos cristãos» dos textos publicados na imprensa
O coordenador geral da visita de Bento XVI a Portugal, D. Carlos Azevedo, está convencido de que a actual situação da Igreja vai despertar nos católicos a vontade de apoiarem publicamente o Papa.
O contexto presente, marcado pelas notícias de abusos sexuais cometidos por padres e pelo alegado envolvimento de Bento XVI no encobrimento destes casos, contribuirá para que o “povo de Deus reaja”, afirmou o prelado em entrevista ao Programa ECCLESIA.
O bispo auxiliar de Lisboa prevê que nesta “hora difícil” os fiéis não vão desanimar, unindo-se em torno do Papa para o apoiar e dizer-lhe que estão com ele.
No entender do responsável, Bento XVI quer purificar a Igreja sem esconder os “falhanços” de alguns dos seus membros, “com todas as consequências que isso implique”.
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social também desvaloriza as alegadas opiniões negativas sobre a empatia de Bento XVI quando comparada com a do seu predecessor, João Paulo II.
[[v,d,963,Preparação e expectativas na analise de D. Carlos Azevedo]]D. Carlos Azevedo considera que os católicos sabem que o Papa é sobretudo o sucessor do apóstolo Pedro, independentemente da personalidade da pessoa eleita para ocupar esse cargo.
Por outro lado, sublinha o prelado, a estima por Bento XVI nasce da sua “firmeza” e “amabilidade”, mais do que de uma afinidade “epidérmica” e “aparente”.
O responsável pela preparação da deslocação papal salienta igualmente que é preciso separar o teor de alguns textos publicados nos meios de comunicação social “daquilo que está na alma simples dos cristãos”.
D. Carlos Azevedo espera que os guias das comunidades católicas sejam capazes “de contrapor a “globalidade da situação” às “leituras enviesadas e parcelares da realidade” divulgadas na imprensa.