Bento XVI manifestou-se esta Sexta-feira contra a “banalização do sexo” e o abuso de menores na Tailândia, pedindo um esforço concertado com budistas para “reforçar a alma moral e espiritual do povo tailandês”. Ao receber os Bispos da Tailândia, Bento XVI referiu com apreço os esforços da comunidade católica do país “no apoio e promoção de cada vida humana, especialmente dos mais vulneráveis”. Neste contexto o Papa referiu expressamente a sua preocupação pelo “tráfico de mulheres e crianças, e pela prostituição”. Para além do fenómeno da pobreza, e dos programas de promoção humana e social em que a Igreja se encontra empenhada, há também que combater com vigor “a banalização do sexo nos meios de comunicação e nas actividades de lazer – factos que conduzem ao declínio dos valores morais, à degradação da mulher, ao enfraquecimento da fidelidade no casamento e mesmo ao abuso de menores”. Bento XVI falou de alguns aspectos negativos do actual fenómeno da globalização, apontando para os “perturbadores sinais de fragmentação e de certo individualismo em que germina o secularismo, marginalizando o transcendente e o sentido do sagrado e eclipsando a verdadeira fonte da harmonia e da unidade com o universo”. Neste sentido, indicou que é “de fundamental importância a cooperação inter-religiosa”. O Papa considera que aqueles fenómenos negativos requerem “um esforço concertado para apoiar a alma moral e espiritual” do povo tailandês. “Em concordância com os Budistas, podeis promover a mútua compreensão no que diz respeito à transmissão das tradições às gerações sucessivas, a articulação de valores éticos reconhecidos pela razão, o respeito pelo transcendente, a oração e a contemplação. Tais práticas e disposições servem o bem-estar comum da sociedade e nutrem a essência de cada ser humano”, precisou. Bento XVI não deixou de sublinhar a importância da pequena comunidade dos fiéis católicos da Tailândia viverem, celebrarem e testemunharem a própria fé: “Apresentar ao mundo Cristo e o seu amor” – advertiu – faz parte da missão que constitui já em si o dom do Espírito aos crentes. Essa “epifania” ocorre, na Tailândia, também através das instituições médicas e sociais da Igreja, e das escolas católicas. (Com Rádio Vaticano)