Papa: «Compor música é uma metáfora da vida» que o artista oferece partilhando «sentimentos únicos»

Francisco agradeceu a jovens músicos o cultivo de «sonhos, talento e paixão» que mostram nas composições e que «faz bem» a quem encontram no caminho

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 16 set 2023 (Ecclesia) – O Papa Francisco recebeu hoje os jovens participantes no concurso de música para o Natal 2023, a quem agradeceu a capacidade de se darem através da “harmonia e criatividade” que procuram na composição.

“Compor música é uma metáfora da vida, em que é preciso tanto sintonizar harmoniosamente com os outros, com a sociedade e suas leis, quanto dar espaço à originalidade da maneira de ser e de se expressar de cada um”, sugeriu Francisco aos jovens músicos, organizadores, acompanhantes e benfeitores do Concurso de Natal 2023.

O Papa refletiu sobre a partilha que cada artista faz quando compõe uma obra, uma vez que na composição estão sempre “sentimentos únicos, pessoais e íntimos”, sendo essa uma oportunidade inaugural que se quer partilhar.

“Dás-nos a oportunidade de te encontrarmos num momento único, o da inspiração, que é só teu, mas que quiseste partilhar: um lampejo de luz, um tremor de amor, um vislumbre de azul no céu da vida, um sobressalto de espanto perante a beleza, ou talvez uma pontada de dor ou um grito de protesto, que te surgiu no coração e ao qual deste voz através da arte. É isso que nos dás: com as tuas canções dás-nos um pouco de ti! Isso é importante, o artista dá-se a si próprio quando compõe a obra”, sublinhou.

Aos jovens compositores, Francisco lembrou que a procura da harmonia ajuda a libertar a “singularidade de cada um, oferecendo ao artista os instrumentos para comunicar de forma compreensível aos outros, de modo a tornar-se um dom construtivo para a alegria de todos”.

Esta procura, reconheceu, “exige empenho, dedicação e constância, na música como na vida”.

“Caros jovens, vocês são compositores! E a composição é uma arte exigente, que requer, por um lado, o conhecimento da música com as suas regras e linguagem e, por outro, a capacidade de dar voz às questões, inspirações e desejos do coração. É uma arte que exige, em duas palavras, harmonia e criatividade, que andam a par”, indicou.

O Papa agradeceu a realização destra iniciativa, que envolve o Dicastério para a Cultura e a Educação, a Fundação Gravissimum Educationis e a República de São Marino e contextualizou esta realização.

“Este concurso realiza-se na véspera do Concerto de Natal, durante o qual serão interpretadas as peças dos vencedores do primeiro prémio. Parece um pouco cedo para falar do Natal agora, em pleno mês de setembro. No entanto, as festividades importantes começam a ser preparadas com antecedência, e o Nascimento de Jesus merece isso e muito mais”, explicou.

A harmonia e a criatividade que Francisco enunciou no trabalho de composição, estão, indicou, “antes de mais” em Deus e o Natal mostra-o “de uma forma especial e comovente”.

“No Natal, Deus, o Verbo eterno, vem escutar-nos e põe-se a trabalhar para se harmonizar com a humanidade, enquanto, na sua espantosa criatividade, nos olha com os olhos de uma criança, surpreendendo-nos com a sua ternura inocente. E isto não acontece apenas no dia 25 de dezembro, mas todos os dias”, reconheceu.

O Papa agradeceu ainda a oportunidade de ver nos olhos dos jovens “o sonho e a força da música, juntamente com o desejo de a tornar um presente festivo para os outros”.

“Continuem a cultivar os vossos grandes sonhos, o vosso talento e a vossa paixão: sonhos, talento e paixão, juntos e com criatividade, farão bem a vós e àqueles que encontrarem no vosso caminho”, finalizou.

LS

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Agência ECCLESIA

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