Papa: Bósnia-Herzegovina precisa de «reais perspetivas» para futuro dos jovens

Francisco pediu «estratégias corajosas» para que jovens realizem aspirações e afirma que a Igreja conta com eles

Sarajevo, 06 jun 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco pediu hoje em Sarajevo que sejam asseguradas “reais perspetivas dum futuro dignificante no país” para as novas gerações, para evitar “triste fenómeno do êxodo”.

“As instituições são chamadas a pôr em prática estratégias oportunas e corajosas para favorecer os jovens na realização das suas legítimas aspirações para que possam contribuir efetivamente para a edificação e o crescimento do país”, afirmou Francisco aos jovens presentes no centro juvenil São João Paulo II, em Sarajevo.

Enquanto esperavam que Francisco chegasse os jovens iam fazendo a festa nas ruas circundantes do centro juvenil, com cânticos e danças.

Na sala onde aguardavam o Papa, os jovens empunhavam telemóveis para filmar e tirar fotografias a Francisco.

Saudando os jovens, naquele que é o último encontro da visita de um dia do Papa à capital da Bósnia-Herzegovina, Francisco assegurou a contribuição que a Igreja pode dar com “projectos pastorais adequados, centrados na formação da consciência cívica e moral da juventude”, ajudando a juventude a “ser protagonista da vida social.

“A Igreja deve sentir-se chamada a ousar cada vez mais, partindo do Evangelho e impelida pelo Espírito Santo que transforma as pessoas, a sociedade e a própria Igreja”.

Muitas vezes confrontados com desafios “do nosso tempo”, materiais, “crise de valores morais” que conduzem a um “isolamento egoísta ou fuga”, que leva os jovens a refugiar-se em “ideologias que pregam o ódio e a violência”, Francisco pediu coragem para “não se abaterem pelas dificuldades”.

“Encorajo a não vos deixardes abater pelas dificuldades, mas a fazer surgir sem medo a força que deriva do vosso ser pessoas e cristãos, do vosso ser sementes duma sociedade mais justa, fraterna, acolhedora e pacífica. Unidos a Cristo, vós, jovens, sois a força da Igreja e da sociedade”.

Francisco falou da missão de “esperança” que os jovens têm e sublinhou o facto de serem “filhos da terra” que pede para ser “amada e reedificada”.

“ Desejo-vos que tenhais uma consciência cada vez maior de serdes filhos desta terra, que vos gerou e pede para ser amada e ajudada a reedificar-se, a crescer espiritual e socialmente, graças também à contribuição indispensável das vossas ideias e do vosso trabalho”.

Para vencer qualquer vestígio de pessimismo, “é preciso a coragem de gastar-se, com alegria e dedicação, na construção duma sociedade acolhedora, respeitosa de todas as diferenças, orientada para a civilização do amor”, sublinhou ainda.

Francisco não esqueceu o “empenho no diálogo ecuménico e inter-religioso abraçado por vós, jovens católicos e ortodoxos, com o envolvimento também do mundo juvenil muçulmano”.

Recordando palavras de São João Paulo II, Francisco pediu aos jovens para não terem medo pois, “não estão sozinhos”.

“A Igreja conta e quer contar convosco, que sois generosos e capazes dos melhores impulsos e dos mais nobres sacrifícios”.

No término do encontro o Papa saudou alguns jovens doentes e subiu ao terraço do edifício para abençoar os fiéis que se reuniram em frente ao centro juvenil.

O dia de visita a Sarajevo, cumprido com objetivos de “diálogo e de paz”, termina com o retorno ao aeroporto de Sarajevo e o regresso a Roma.

LS

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