Papa apela a um «autêntico ecumenismo»

Bento XVI conclui na passada Sexta-feira a semana de oração pela unidade dos cristãos, defendendo que “não existe um ecumenismo genuíno que não tenha as suas raízes na oração”. “O nosso desejo de unidade não se deveria limitar a ocasiões esporádicas, mas sim tornar-se parte integrante de toda a nossa vida de oração. Em todas as fases da história, foram homens e mulheres formados na Palavra de Deus e na oração os artesãos da reconciliação e da unidade Foi o caminho da oração que abriu a estrada ao movimento ecuménico, tal como o conhecemos hoje”, indicou. Na celebração de Vésperas a que presidiu na basílica de São Paulo fora de muros, o Papa centrou-se na figura do Apóstolo Paulo, “escolhido por Deus para ser sua testemunha perante todos os homens”. Entre os presentes, o cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, e Samuel Kobia, secretário-geral do Conselho Ecuménico das Igrejas. De Paulo de Tarso, o Papa recordou “a completa transformação, uma autêntica conversão espiritual” que o tornou de um momento para o outro, “cego mergulhado na escuridão, mas com uma grande luz no coração”, que o levaria a ser um ardente apóstolo do Evangelho. São Paulo, porém – observou ainda – tinha consciência de que só a graça divina tinha podido realizar tal conversão. “Na conclusão da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, temos ainda mais consciência de quanto a obra da reconstrução da unidade, que exige aliás todas as nossas energias e esforços, é em todo o caso infinitamente superior às nossas possibilidades. A unidade com Deus e com os nossos irmãos e irmãs è um dom que vem do Alto, que brota da comunhão de amor entre Pai, Filho e Espírito Santo e que nela se dilata e aperfeiçoa. Não está ao nosso alcance decidir quando ou como esta unidade se realizará plenamente. Só Deus o poderá realizar! Como São Paulo, também nós colocamos a nossa esperança e confiança ‘na graça de Deus que está connosco’”, indicou Bento XVI. O Papa evocou algumas figuras-símbolo da Semana de Oração, como o Papa Leão XIII, que já em 1895 recomendava a introdução de uma novena de oração pela unidade dos cristãos, ou ainda o Padre Paulo Wattson, que há cem anos idealizou o Oitavário pela Unidade da Igreja. Uma iniciativa retomada e relançada depois, no século XX, pelo Padre Paul Couturier, de Lyon. “Ontem como hoje, o ecumenismo tem grande necessidade do grande ‘mosteiro invisível’ de que falava o Padre Couturier, daquela vasta comunidade de cristãos de todas as tradições, que, sem clamor, rezam e oferecem a sua vida para que se realize a unidade”, assegurou. (Com Rádio Vaticano)

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