Papa apela à reconciliação em Angola

Bento XVI espera «uma autêntica vida em democracia» para os angolanos depois dos dramas provocados pela guerra Bento XVI pediu hoje, no Vaticano, que todos os angolanos se empenhem “na obra de reconciliação dos corações”, admitindo que ainda são muitos os que “sangram com as feridas da guerra”. Saudando os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a audiência geral desta manhã, o Papa deixou votos de que este país lusófono seja capaz de “consolidar a paz assinada há cinco anos com a promessa de dar a voz ao povo e assim instaurar uma autêntica vida em democracia”. “Alegro-me com a obra de reconstrução em acto e recordo às autoridades religiosas e civis a obrigação que têm de privilegiar os pobres”, prosseguiu. Bento XVI aludiu a um acontecimento histórico, quando há 400 anos o Papa Paulo V se preparava para receber uma embaixada do Reino do Congo – hoje Angola – guiada pelo primo do rei Álvaro II, D. António Emanuel ne Vunda, que as crónicas romanas cognominaram o “Negrita”. Este foi, como o Papa sublinhou, ” o primeiro Embaixador negro de um reino cristão de África”. “O desejado encontro teve lugar na noite de 5 de Janeiro de 1608, nos palácios do Vaticano, com o meu predecessor que não hesitou em vir pessoalmente confortá-lo, detendo-se à cabeceira do leito onde jazia, gravemente doente, este nobre filho cristão do Congo, cuja vida e reino encomendou à protecção do Sucessor de Pedro”, referiu. “Na linha desta significativa e emblemática ocorrência, em que o povo de Angola se espelha, invoco a benevolência de Deus sobre a Nação inteira”, disse.

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