Papa apela à paz na Ucrânia

Catequese dominical de Francisco destacou importância da solidariedade

Cidade do Vaticano, 02 mar 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco apelou hoje à paz na Ucrânia e pediu que a comunidade internacional ajude a resolver uma “situação delicada”, para a qual solicitou a oração de todos os católicos.

“Caros irmãos e irmãs, peço-vos que continuem a rezar pela Ucrânia, que está a ainda a viver uma situação delicada. Ao desejar que todas as partes do país se empenhem para superar as incompreensões e construir em conjunto o futuro da nação, dirijo à comunidade internacional um forte apelo para que apoie todas as iniciativas em favor do diálogo e da concórdia”, disse, após a recitação da oração do ângelus perante milhares de pessoas, na Praça de São Pedro, Vaticano.

O apelo surge após o aumento das tensões por causa da situação na Crimeia, república autónoma ucraniana pró-russa do sul, e de uma eventual intervenção militar da Rússia na Ucrânia, depois da destituição, a 22 de fevereiro, do presidente ucraniano Viktor Ianukovich

Francisco recordou depois todas as vítimas da “penúria e dos conflitos armados”, pedindo um espírito de “solidariedade fraterna” no tempo da Quaresma.

“A humanidade tem necessidade de justiça, de reconciliação, de paz, e apenas os poderá ter voltando para Deus, que é a sua fonte, de todo o coração”, declarou.

A Quaresma, que este ano se inicia a 5 de março, com a celebração de Quarta-feira de Cinzas, é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

O Papa frisou que este tempo representa para os católicos “um caminho de conversão, de luta contra o mal com as armas da oração, do jejum, da misericórdia”.

Antes do ângelus, Francisco falou da Providência divina e da necessidade de confiar em Deus.

“Pensando nas muitas pessoas que vivem em condições precárias, ou mesmo na miséria que ofende a sua dignidade, estas palavras de Jesus poderiam parecer abstrata, ilusórias. Na realidade, no entanto, nunca foram tão atuais. Lembremo-nos de que não podemos servir dois senhores: Deus e a riqueza”, precisou.

Neste contexto, o Papa afirmou que “nunca haverá justiça” enquanto cada pessoa procurar “acumular para si” e repetiu um alerta para quem procura acumular bens: “A mortalha não tem bolsos”.

“Se, pelo contrário, confiando na providência de Deus, procurarmos juntos o seu Reino, a ninguém faltará o necessário para viver dignamente”, acrescentou.

A catequese dominical advertiu para o “coração vazio de Deus” dos que procuram a riqueza e não têm lugar para a fé ou a solidariedade.

“A providência de Deus passa pelo nosso serviço aos outros”, declarou o Papa.

Francisco admitiu que este caminho apontado por Jesus pode parecer “pouco realista” para a mentalidade atual e face aos problemas suscitados pela crise económica, mas sustentou que esta atitude remete para uma “justa escala de valores”.

“Para fazer com que não falte a ninguém o pão, a água, a roupa, a casa, o trabalho, a saúde, é preciso que todos nos reconheçamos como filhos do Pai que está nos céus e, portanto, irmãos entre nós”, defendeu.

O Papa conclui com votos de que todos saibam viver com um “estilo simples e sóbrio” que leve em consideração as necessidades dos mais pobres.

OC

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