Papa alerta contra falsa «modernidade»

Bento XVI pede correcta concepção da responsabilidade civil para promover o crescimento da comunidade Bento manifestou-se esta manhã contra o que classificou como uma “modernidade mal entendida”, na qual os direitos de cada indivíduo são entendidos à margem “dos deveres que cada indivíduo tem para com Deus e a comunidade à qual pertencem”. O Papa recebeu em audiência, no Vaticano, os Bispo da Conferência Episcopal Internacional dos Santos Cirilo e Metódio (Macedónia, Montenegro e Sérvia), aos quais assegurou que “as rectas consciências formadas segundo o Evangelho são mais facilmente impulsionadas a construir uma sociedade com dimensão humana”. Neste contexto, Bento XVI defendeu a necessidade de “colocar em destaque a recta concepção da responsabilidade civil e pública, porque desta visão nasce o compromisso pelo respeito dos direitos de cada um”. Assim, observou, será possível “uma integração assumida da própria cultura com as outras, tendendo ao bem comum”. Perante o processo histórico de reestruturação do continente europeu, o Papa considerou que estas Igrejas da antiga Jugoslávia “podem sentir-se também como participantes, sabendo que podem oferecer um contributo particular”. Apesar disso, não deixou de assumir que existem “muitos obstáculos”, em particular a falta de meios devido à delicada situação económica destas comunidades. “Não é fácil esquecer – prosseguiu – a pesada herança de mais de 40 anos de pensamento único e é, ao mesmo tempo, difícil resistir à tentação do materialismo ocidental, com o risco do relativismo e liberalismo ético, do radicalismo e fundamentalismo político”. Os Bispos presentes provinham de países onde os católicos são pequenas minorias, em zonas de maioria ortodoxa ou islâmica. Os fiéis católicos, geralmente pobres, pertencem a catorze etnias diferentes, com diversas culturas e línguas. Bento XVI encorajou-os a colaborarem “o mais possível” entre si, “ao serviço do único Reino de Deus”, “como membros de um único Corpo”, “disponíveis a colaborar com as outras confissões cristãs e todas as pessoas de boa vontade, na promoção do que puder ser útil à difusão dos valores evangélicos”. O Papa recordou as dificuldades e apelos que representa, mesmo para a vida dos fiéis e das comunidades, a grande diversidade étnica e cultural. “Os diversos países e os vários contextos sociais e religiosos, em que se situam os vossos fiéis, comportam, venerados Irmãos, grandes repercussões para a sua vida cristã”, reconheceu Bento XVI, que se referiu especificamente ao “matrimónio entre cônjuges de diferentes confissões e religiões, que exige, da nossa parte, um especial cuidado espiritual e uma cooperação mais harmoniosa também com as outras Igrejas cristãs”.

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Agência ECCLESIA

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