Bento XVI acredita no “diálogo sincero e leal” com os muçulmanos, assegurou o director dos serviços de informação do Vaticano, Pe. Federico Lombardi. O porta-voz vaticano analisa a evolução no diálogo com o Islão no último editorial de “Octava Dies”, semanário de informação do Centro Televisivo Vaticano, do qual também é director. “O Papa respondeu, em meados de Novembro, à carta que em Outubro, no final do Ramadão, lhe foi dirigida a ele e a outras autoridades cristãs por 138 líderes religiosos muçulmanos”, recorda o Pe. Lombardi. Para este responsável, a missiva dos representantes do mundo islâmico “era uma carta importante, que sublinhava o papel central do amor a Deus e ao próximo no Corão e na Bíblia judaica e cristã, com a intenção clara de promover o compromisso comum pela paz em todo o mundo, baseando-se numa compreensão recíproca mais profunda”. “O espírito positivo da carta fica claro no título: ‘Uma palavra comum entre nós e vós’, citação de um famoso versículo do Corão dirigido às ‘pessoas do livro’, judeus e cristãos”, referiu. Em relação à resposta do Papa, o director dos serviços de informação do Vaticano indica que Bento XVI “recorda que não há que desvalorizar as diferenças, mas sublinha, sobretudo, o que une e alenta o respeito, o conhecimento mútuo, o reconhecimento efectivo da dignidade de toda a pessoa humana”. “O Papa acredita no diálogo, um diálogo sincero e leal, naturalmente”, observa o Pe. Lombardi, frisando que o convite dirigido ao príncipe Ghazi bin Muhammad bin Talal, da Jordânia mostra que esta intenção “não fica somente nas palavras”. O responsável jordano foi convidado por Bento XVI a deslocar-se a Roma com uma delegação dos promotores da carta comum, propondo-se um encontro de reflexão e de estudo com o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religios e com algumas instituições académicas católicas especializadas. Redacção/Zenit