Pandemia: «Não se trata simplesmente de fechar e cortar; precisamos de atitudes solidárias» – D. José Ornelas

A responsabilidade é a «verdadeira atitude de gratidão e coerência para com todos», em especial, «os que estão nos hospitais, lares e serviços de saúde»

Foto Paróquia de Santo André (Diocese de Setúbal)

Setúbal, 16 jan 2021 (Ecclesia) – D. José Ornelas disse que a pandemia que o mundo atravessa está a exigir “sacrifícios a todos”, mas que não basta “fechar e cortar”, pedindo, por isso, atitudes “responsáveis e solidárias” para com os mais atingidos.

“O momento presente vai exigir sacrifícios a todos, para que possamos todos superar a crise. Não se trata simplesmente de fechar e cortar. Precisamos de assumir atitudes responsáveis e solidárias para que os que são atingidos pela pandemia e pelas suas consequências sintam o apoio de toda a comunidade humana”, escreveu o bispo de Setúbal numa nota pastoral publicada no site da diocese.

D. José Ornelas pediu “atenção e criatividade” para que as comunidades paroquiais possam continuar a “viver e consolidar” a fé, nas eucaristias mas também na vida, “na escuta, meditação e partilha da Palavra de Deus, na oração pessoal, familiar e comunitária, no testemunho da vida de todos os dias”.

“Já aprendemos a celebrar em segurança e, agora, precisamos de redobrar a atenção e a criatividade, para que possamos continuar a dizer que celebramos com alegria e sem perigo”, solicitou.

Na diocese a opção é “adiar o que não é essencial”, em concreto “os sacramentos do crisma, do batismo, matrimónio e outras ações pastorais”, que sendo “fontes  de graça e de vida”, multiplicam contactos à volta das suas celebrações.

“Não se trata de depreciar o valor fundamental e estruturante destas fontes de graça e de vida. O perigo não vem de celebrar estes sacramentos, mas, como se tem visto, dos contatos que se verificam à volta deles. O princípio é: dar prioridade ao que é fundamental no presente; e ordenar sabiamente tudo o que é importante, no devido tempo”, sublinhou.

O responsável pela diocese disse ainda que não sendo possível participar na celebração da Eucaristia ao domingo, que se possa “celebrar noutro dia”, e pediu aos padres para organizarem “horários” para uma oferta que possibilite a participação de todos, privilegiando também o sacramento da reconciliação.

“Na medida do possível, continuem-se e desenvolvam-se as transmissões das celebrações da vida paroquial, para quem não pode estar presente e para promover a vida e o encontro possível nas famílias, nos grupos e movimentos”, pediu.

Sobre a formação catequética, D. José Ornelas indica-o como um momento “importante de crescimento para todos” e indica-o como uma ocasião de ligação à comunidade, “caminhar juntos”, mas pede, no entanto, que a catequese “nunca seja motivo de contágio”: “O recurso aos meios telemáticos deve ser um complemento nesta situação e, em muitos casos, será até o único possível”.

O bispo de Setúbal indica que a responsabilidade é uma “verdadeira atitude de gratidão e coerência para com todos”, em especial, “os que estão nos hospitais, lares e serviços de saúde”, e que de forma abnegada, “se dedicam até à exaustão para salvar vidas e criar perspetivas de futuro”.

Regressado de Roma, onde, juntamente com a direção da Conferência Episcopal Portuguesa, se encontrou com o Papa Francisco, D. José Ornelas deu conta do pedido que receberam: “assumir responsavelmente a gravidade do momento e adotar medidas que evitem a propagação”.

“Com a bênção, o Papa Francisco exortou-nos a assumir responsavelmente a gravidade do momento que vivemos nesta pandemia e a adotar atitudes que evitem propagar o mal e dar ajuda, conforto e esperança a quem sofre, especialmente os mais frágeis”, lembrou.

LS

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Agência ECCLESIA

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