Panamá: Papa defende «instrução de qualidade» e «trabalho digno» como condições para construir o futuro

Cerimónia de boas-vindas ao país destacou importância de respeitar «riqueza multicultural» de cada país

Cidade do Panamá, 24 jan 2019 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje, no seu primeiro discurso no Panamá, que o futuro das sociedades se constrói com apostas na educação e no “trabalho digno”.

“É impossível conceber o futuro duma sociedade sem a participação ativa – e não apenas nominal – de cada um dos seus membros, para que a dignidade seja reconhecida e garantida através do acesso a uma instrução de qualidade e à promoção dum trabalho digno”, defendeu, falando no Palácio Bolívar, perante autoridades e membros do Corpo Diplomático, representantes da sociedade civil e comunidades religiosas.

“Sabemos que é possível outro mundo; e os jovens convidam-nos a envolver-nos na sua construção, para que os sonhos não permaneçam algo de efémero ou etéreo, para que deem impulso a um pacto social no qual todos possam ter a oportunidade de sonhar um amanhã: o direito ao futuro também é um direito humano”, acrescentou.

A intervenção decorreu após a cerimónia de boas-vindas ao Panamá e visita de Cortesia ao presidente da República, Juan Carlos Varela, no Palácio Presidencial.

“Obrigado por nos terdes aberto as portas de casa”, declarou Francisco.

Elogiando a história do Panamá, o pontífice destacou a riqueza dos seus povos nativos e evocou Simón Bolívar, para falar do “sonho da unificação da Pátria Grande”.

“Uma convocação que nos ajuda a compreender que os nossos povos são capazes de criar, forjar e sobretudo sonhar uma pátria grande que saiba e possa acolher, respeitar e abraçar a riqueza multicultural de cada povo e cultura”, precisou o Papa.

Francisco chegou esta quarta-feira ao Panamá, destino da sua 26ª viagem internacional, na qual vai participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), até domingo.

“Com a sua alegria e entusiasmo, com a sua liberdade, sensibilidade e capacidade crítica, as novas gerações exigem dos adultos, especialmente de todos aqueles que detêm um papel de liderança na vida pública, que tenham uma conduta conforme à dignidade e autoridade de que estão revestidos e que lhes foi confiada. É um convite a viver com austeridade e transparência, na responsabilidade concreta pelos outros e pelo mundo; uma conduta que demonstre que o serviço público é sinónimo de honestidade e justiça, contrapondo-se a qualquer forma de corrupção”, observou.

O Papa espera que a JMJ seja um “ponto de encontro onde jovens provenientes dos cinco continentes, cheios de sonhos e esperanças, vão celebrar, reunir-se, rezar e reavivar o desejo e o compromisso de criar um mundo mais humano”.

“Santa Maria La Antígua abençoe e proteja o Panamá”, concluiu.

O dia de Francisco começou com a celebração da Missa, na Nunciatura Apostólica, perante o pessoal da embaixada da Santa Sé, com familiares e amigos, antes de seguir para o Palácio Presidencial, onde foi recebido na entrada principal do edifício e subiu à varanda, acompanhado pelo presidente e a primeira-dama do Panamá.

Após o encontro privado com o presidente, houve um encontro entre Francisco e os familiares de Juan Carlos Varela, com troca de presentes.

OC

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Agência ECCLESIA

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