Apelo é dirigido aos governos do Portugal, Espanha, Itália, aos responsáveis da União Europeia, e Brasil

Lisboa, 07 jul 2025 (Ecclesia) – Sete publicações de informação religiosa independentes divulgaram hoje uma carta aberta que exige “a denúncia do acordo de comércio entre União Europeia e Israel”, dirigida aos governos de Brasil, Espanha, Itália e Portugal, e aos responsáveis da União Europeia.
“É tempo de quebrar o silêncio cúmplice e agir! Hoje, ao contrário do que se passou no início da década de quarenta do século passado no nosso continente, hoje vemos, ouvimos e lemos notícias do genocídio. Não podemos calar”, afirmam, num apelo aos responsáveis políticos, mas também a “todos os cidadãos e cidadãs, crentes e não crentes”, às Igrejas, diferentes comunidades religiosas “e aos seus responsáveis”.
Os sete meios de informação religiosa independentes, na informação enviada à Agência ECCLESIA pelo jornal digital português ‘7MARGENS’, pedem a denúncia do acordo de comércio entre União Europeia e Israel, o fim do comércio de armas com o Estado judaico, “o reconhecimento do Estado da Palestina, e a libertação imediata de todos os reféns em poder do Hamas”.
Na carta aberta aos governos do Brasil, Espanha, Itália e Portugal, e aos responsáveis da União Europeia, pedem também o reconhecimento como processo de genocídio da operação do exército israelita na Faixa de Gaza, e o apoio à reconstrução de “uma Palestina independente e democrática, no quadro dos dois povos, dois Estados livres e independentes”.
Esta guerra na Faixa de Gaza, entre o governo de Israel e o grupo islamista palestiniano Hamas, começou a 7 de outubro de 2023, após um ataque no sul de Israel
‘Vemos, ouvimos e lemos, não podemos calar – Parar o genocídio, dar de comer aos esfomeados, construir a paz’, é o título do documento assinado pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU (Brasil), 7Margens (Portugal), Catalunya Religió, Flama, e Religión Digital (Espanha), Adista e Rocca (Itália).
As publicações signatárias da carta aberta sugerem também algumas medidas para parar esta guerra, nomeadamente “um cessar-fogo imediato e durável”, a libertação imediata dos reféns em poder do Hamas, e “restabelecer a ajuda humanitária em segurança”.
“Iniciar negociações com vista à paz justa na região; exigir o acesso livre dos media aos territórios da Palestina; criar condições para a reconstrução da Palestina à luz do direito internacional e numa base democrática”, acrescentam.
Os jornalistas dos sete meios de informação religiosa afirmam que “não basta noticiar a violência trágica” que se abate sobre “um povo massacrado diariamente em Gaza, espoliado e expulso das suas terras na Cisjordânia”, indicam a solução “dois povos, dois Estados”, e “basta cumprir as resoluções das Nações Unidas”.
“Como crentes não nos podemos resignar ao silêncio. Calar-nos é aceitar que a única solução para o conflito é o extermínio do povo palestino e a anexação da Faixa de Gaza pelo Estado de Israel.”
Segundo as sete publicações de informação religiosa independentes de quatro países da Europa e da América Latina, o seu texto foi dado a conhecer também aos responsáveis do Vaticano e do Conselho Mundial de Igrejas, num apelo para que denunciem a situação nos territórios palestinianos e “exerçam toda a sua influência para a consecução da paz, incluindo oferecendo-se como mediadores”.
Em Portugal, por exemplo, a Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), organismo laical da Conferência Episcopal (CEP), condenou os “crimes de guerra” na Faixa de Gaza, e é “uma das vozes da Igreja”, como a Cáritas Europa, e as comissões de outros países.
CB/OC