Papa visita Sicília para lembrar dramas provocados pela criminalidade organizada e a crise económica
Bento XVI deixou este Domingo, 3 de Outubro, um apelo à coragem face às dificuldades que o povo da Sicília vive, lembrando os dramas provocados pela criminalidade organizada e a crise económica.
Em Palermo, perante 150 mil pessoas que o acompanhavam na sua primeira visita à Ilha italiana, o Papa admitiu que “não faltam problemas, dificuldades e preocupações” na região.
“Penso em quantos vivem concretamente a sua existência em condições de precariedade, por causa da falta de trabalho, da incerteza sobre o futuro, do sofrimento físico e moral e por causa da criminalidade organizada”, indicou, na homilia da Missa a que presidiu no Fórum Itálico.
Bento XVI afirmou estar em Palermo para “testemunhar a minha proximidade e a minha recordação na oração” a todos os presentes.
“Estou aqui para dar-vos um forte encorajamento a não ter medo de testemunhar com clareza os valores humanos e cristãos, tão profundamente radicados na fé e na história deste território e da sua população”, prosseguiu.
O Papa evocou a “fervorosa fé” que ao longo dos séculos enriqueceu e animou a Igreja que está em Palermo, sobretudo na pessoa de tantos santos e santas, como santa Rosália, padroeira da cidade.
“Não tenhais medo de viver e testemunhar a fé nos vários âmbitos da sociedade, nas múltiplas situações da existência humana, sobretudo nas mais difíceis”, disse Bento XVI, falando em especial aos leigos.
Bento XVI disse que “a tentação do desânimo, da resignação, chega a quem é débil na fé, a quem confunde o mal com o bem, a quem pensa que perante o mal, muitas vezes profundo, não há nada a fazer”.
No final da Missa, Bento XVI introduziu com uma breve alocução a recitação do Angelus, pedindo que a Virgem Maria “sustente as famílias no amor e no empenho educativo; torne fecundos as sementes de vocação que Deus lança largamente entre os jovens; infunda coragem nas provações, esperança nas dificuldades, renovado impulso no realizar o bem”.
“Nossa Senhora conforte os doentes e todos os que sofrem, e ajude as comunidades cristãs para que ninguém nelas se sinta marginalizado ou necessitado, mas que cada um, especialmente os mais pequenos e débeis, se sinta acolhido e valorizado”, concluiu.