Paixão pela Missão

Multiplicam-se as partidas para o voluntariado missionário, comprovando o dinamismo que as missões “ad gentes” ganharam, desde há uns anos, entre os leigos. Muitas são as viagens que chegam ao conhecimento da Fundação Evangelização e Culturas, a funcionar como Plataforma do Voluntariado Missionário, contabilizando este ano 244 missionários portugueses. Mas muitas outras acontecem longe do algum mediatismo que o voluntariado missionário vai ganhando. As recordações de quem passa por uma experiência de voluntariado não se esquecem, os sorrisos não esmorecem, só as saudades das gentes com quem se contactou aumentam, assim como a vontade de voltar a participar noutra missão, porque todos são unânimes em afirmar que “se ganha muito mais do que se dá”. Há também quem afirme que o voluntariado é um modo de estar na vida, reflexo do trabalho que muitos grupos desenvolvem, também em Portugal. Sérgio Silva sentiu esse apelo de ajudar, facto que o levou a viajar por cinco vezes em missão. “Eu sinto que há pessoas que estão mesmo a precisar de ajuda. E a forma de ajudar é ir ao encontro lá onde elas precisam” referiu antes de mais uma missão em Timor. Durante um mês, ou dois para muitos, durante um ano, ou dois para alguns, as missões respondem a um desejo de ajudar os outros, num espírito de aventura mas também de profunda solidariedade. Os países de língua e expressão portuguesa são os habituais destinos. Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Brasil, Timor Leste que este ano recebeu cinco voluntários, são campos do trabalho com projectos de assistência, promoção social e de evangelização. Dar formação a professores, prestar auxílio escolar a crianças, trabalhar com crianças de rua, em creches, prestar cuidados de saúde, dar catequese, pintar casas, construir bibliotecas, centros de dia ou fábricas, visitar prisões e tudo o mais que seja necessário. Os projectos ganham uma continuidade cada vez maior. Estabelecem-se parcerias, deixam-se contactos, fazem-se pontes que de ano para ano vão ganhando uma maior dimensão e alicerces. O GAS Nova desenvolve um trabalho sustentado há cinco anos na província de Maio, em Cabo Verde, para onde todos os anos vão mas “onde temos deixado raízes para que o voluntariado não seja apenas vivido por dois meses” afirma Sara Dias. Muitos estão ligados a institutos religiosos e congregações, há também vários grupos que têm como objectivo principal o voluntariado, caso dos Jovens Sem Fronteiras ou das Equipas d’África, mas começam também, a nascer projectos no seio de algumas paróquias. Mem Martins revive a vocação missionária de há três anos para cá e o seu pároco, o Padre Mário Pais não hesita em afirmar “que é essencial que as paroquias e os paroquianos se mobilizarem para estas actividades”. Na bagagem levam-se sonhos, expectativas, receios, mas uma grande motivação de ajudar que se mistura com a energia e a fé. Porque ninguém esquece que vai porque se sentiu chamado.

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