País: ACEGE lança quatro desafios ao novo Governo, considerando que «Portugal precisa de uma reforma profunda»

Empresários e gestores cristãos escreveram documento dirigido ao novo Executivo e à sociedade portuguesa, apontando a «transformação estrutural»

Foto Agência ECCLESIA/OC

Lisboa, 17 jun 2025 (Ecclesia) – A Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) dirigiu-se esta segunda-feira ao novo Executivo no início do 25º Governo Constitucional, lançando desafios “concretos para um país mais justo, solidário e sustentável”.

“Portugal precisa de uma reforma profunda, que enfrente sem medo os bloqueios estruturais que impedem o seu progresso. É urgente libertar o país da captura ideológica, da influência de grupos de interesse e corporações, da normalização da corrupção, e da passividade de tantos perante a injustiça e a mentira”, pode ler-se no documento enviado à Agência ECCLESIA.

Para “construir o futuro com Verdade e Justiça”, a ACEGE sugere quatro prioridades “assentes na centralidade da pessoa humana”, numa “ação política enraizada na realidade e na verdade” e “tendo o Amor como critério de liderança”.

“Princípios que são, para a ACEGE, o ponto de partida para um novo ciclo político, que fundado na verdade e na justiça, assuma o compromisso com o Bem Comum”, assinala a associação.

A ACEGE desafia o Governo a “recuperar um Estado exemplar no cumprimento dos seus compromissos”, “ajudando a fomentar uma cultura de crescimento, respeito e rigor junto de todo o ecossistema económico e da sociedade e deixando de ser um obstáculo ao desenvolvimento”.

“Uma realidade que é visível no atraso dos pagamentos do Estado aos fornecedores e a cadeia de sofrimento económico e social que gera. O Estado tem de ser um pagador responsável e pontual, o Governo tem de assumir este compromisso básico, que depende apenas da sua vontade, e é crucial para o bom funcionamento da economia, das empresas, especialmente das pme”, destaca.

A ACEGE apela ao Governo para que “até ao final do ano de 2025 liquide todas as suas dívidas a fornecedores fora do prazo, e cumpra rigorosamente as suas obrigações em 2026”.

Como segunda prioridade, os empresários propõem “promover uma cultura empresarial ética e socialmente responsável”, realçando que “as empresas geridas com responsabilidade são, sem dúvida, um dos instrumentos mais eficazes no combate à pobreza, na criação de riqueza, e na geração de oportunidades com impacto direto e real na vida das pessoas e das famílias”.

“O Governo deve reconhecer positivamente as empresas, organizações que tenham boas práticas empresariais que contribuam ativamente para a sustentabilidade, luta contra a pobreza e para a construção de uma economia mais justa e inclusiva”, defendem.

A ACEGE propõe também “mobilizar a sociedade civil e os setores não estatais no desenvolvimento nacional”, falando nos “grandes desafios do país como a “saúde, a habitação, a educação e o combate à pobreza”.

O Estado, por si só, já demonstrou não ter capacidade para resolver estas questões sozinho. A nova cultura de colaboração entre o setor público, sector privado e social, e a sociedade civil é inevitável, e permitirá, dentro das esferas de competência de cada um, encontrar respostas mais eficazes, sustentáveis e a custos mais controlados”.

Por último, a ACEGE realça que “é imperativo aliviar a carga fiscal sobre os cidadãos, aumentando o seu rendimento disponível e incentivando o cumprimento das obrigações legais por parte de todos”.

“Apelamos ao Governo que ao longo da legislatura, anualmente, diminua os impostos sobre os portugueses, em termos absolutos e relativos”, lê-se na declaração.

Os empresários e gestores descrevem que estes “quatro desafios representam caminhos concretos de transformação e progresso” e que “a ACEGE está disponível para colaborar com o Governo e com todas as instituições empenhadas no pensamento e na construção de um país mais competitivo, ético e solidário”.

“A mudança exige coragem, verdade e compromisso, e é com esse espírito que continuaremos a fazer o nosso caminho, e nos colocamos ao serviço de Portugal”, conclui o documento com os “quatro desafios concretos para uma mudança estrutural”.

LJ/OC

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