Padres pouco sensibilizados para os bens culturais

Reunião do novo Conselho Nacional para esta área decorre em Lisboa, procurando soluções para o património eclesial “Não é possível fazer catequese e pastoral, se houver alheamento dos Bens Culturais” e “muitos padres não estão sensibilizados para estas questões” – afirmou esta manhã (19 de Junho) Fátima Eusébio, Directora do Departamento dos Bens Culturais da diocese de Viseu, no Conselho Nacional para os Bens Culturais da Igreja. Participam no Conselho Nacional os delegados de todas as dioceses portuguesas, representantes de algumas instituições eclesiais com particulares responsabilidades na área do Património Cultural, bem como os representantes da Conferência Episcopal Portuguesa nos órgãos consultivos do Ministério da Cultura e os delegados da mesma Conferência à Comissão Bilateral Igreja-Estado para o Património Cultural, definida em sede da Concordata entre a Santa Sé e o Estado Português. Apesar de reconhecer que “nem sempre é fácil trabalhar em rede”, Fátima Eusébio relatou uma experiência positiva na diocese de Viseu. “Realizámos uma exposição – em parceria com o Secretariado da Catequese – que foi um êxito”. E acrescenta: “foram autênticas aulas de catequese para as crianças, pais e catequistas” Nesta área, as potencialidades “são enormes”. No entanto, lamenta que muitas igrejas da diocese de Viseu “estejam fechadas ao longo da semana”. O turismo “poderá ser uma grande fonte de receitas” – afirma Fátima Eusébio. Permitir o acesso aos bens culturais é uma “mais valia”, por isso “é fundamental estabelecer ligação com as autarquias”. José António Falcão, Director do Departamento do Património Histórico e Artístico da diocese de Beja, sublinha que, actualmente, “as populações estão na linha da frente na defesa do património” Apesar de reconhecer que um museu “não é um amontado de peças”, Fátima Eusébio salienta que é “urgente trabalhar bem na área do património”. Os apelos foram constantes, mas José António Falcão realça que “há problemas endémicos: indisciplina e falta de diálogo”. O problema dos “pseudo-restauros está mais diluido” e “os furtos têm diminuído”, no entanto o Director do Departamento do Património Histórico e Artístico da diocese de Beja disse que o vandalismo “é preocupante”. Apesar destes problemas, José António Falcão conclui que “o património religioso tem um futuro brilhante”. Os trabalhos continuam esta tarde com a presença de D. Gianfranco Ravasi, Presidente da Pontifícia Comissão para os Bens Culturais da Igreja, e José António Pinto Ribeiro, Ministro da Cultura, sendo anfitrião do evento D. José da Cruz Policarpo, Cardeal-Patriarca de Lisboa.

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Agência ECCLESIA

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