D. António Marcelino falou aos sacerdotes, em Braga Os padres de hoje devem estimular o «sentido crítico» assim como devem manifestar sensibilidade e atenção à realidade que envolve a família dos dias de hoje. O desafio foi lançado pelo Bispo Emérito de Aveiro, D. António Marcelino, que esteve ontem em Braga a orientar a formação destinada ao clero da Arquidiocese que foi ordenado nos últimos 10 anos. Falando sobre “O padre ao serviço da família”, D. António Marcelino defendeu que a crise actual que assola os lares portugueses «é grave» afastando, contudo, a ideia de que essa crise leve à extinção ou morte da instituição familiar. O Bispo Emérito de Aveiro denunciou que a falta de conhecimento da realidade da família pode levar muitos sacerdotes ou leigos a «agredir moralmente» as pessoas. E alertou que a Igreja necessita sempre de se actualizar e reorganizar, à imagem do que acontece com a sociedade e os Estados. Tendo em mãos o Projecto de Lei com as alterações ao regime jurídico do divórcio, o prelado defendeu que «as famílias de hoje têm coisas que são das famílias de sempre» mas têm também «outras que são muito diferentes do que eram». Nesse sentido, referiu-se às inúmeras mudanças sociais e culturais que envolvem a estrutura familiar. D. António Marcelino conversou com os presentes sobre alguns casos concretos ligados aos problemas da família ressalvando que a acção pastoral da Igreja se deve mover no âmbito da realidade actual. Para o prelado, «o primeiro aspecto pastoral ante as exigências de prioridade à família, situa-se na preparação dos agentes da pastoral, indispensáveis para um serviço de qualidade». Comentando algumas notícias da imprensa nacional sobre casos de padres que andam “em guerra” com os paroquianos, o prelado pediu prudência, discernimento e espírito crítico aos sacerdotes mais jovens da diocese bracarense.