Um sacerdote italiano foi sequestrado ontem por homens armados no sul das Filipinas, onde operam vários movimentos rebeldes muçulmanos, anunciou a polícia. O padre Giancarlo Bossi ia a caminho da igreja para celebrar a Missa dominical quando foi raptado por vários homens perto da aldeia de Bulawan, na província de Zamboanga Sibugay. Os assaltantes obrigaram-no a subir para um barco e fugiram. A polícia suspeita que se trate de uma acção organizada por Aka Kedie, da Frente Moro Islâmica, uma das principais organizações rebeldes do sul das Filipinas. O grupo já foi responsável, em 2001, pelo sequestro de um outro missionário italiano, que permaneceu nas mãos dos rebeldes durante seis meses. O grupo conta nas suas fileiras cerca de 12 mil membros e, desde 1978, luta pela autonomia da ilha de Mindanao, onde a presença de muçulmanos é muito forte. O porta-voz da Conferência Episcopal local já enviou uma mensagem aos raptores, pedindo que deixem sair em liberdade o missionário do PIME (Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras). Ontem, o próprio Bento XVI pediu o fim dos raptos que atingem populações dos cinco continentes Ao concluir a recitação do Angelus, na Praça de São Pedro, poucas horas depois de o padre Carlo Bossi ter sido sequestrado, o Papa referiu-se aos freuentes “pedidos para ajudar as pessoas, entre elas padres católicos, que são sequestradas por diferentes razões em várias partes do mundo”. “Eu levo todos em meu coração, incluo todos em minhas orações, e penso em muitos casos da Colômbia”, disse. Em conclusão, Bento XVI dirigiu um apelo a todos os sequestradores: “Dirijo o meu veemente apelo aos autores desses actos execráveis, para que tomem consciência do mal realizado e restituam rapidamente aos que lhes são queridos todos os que mantêm prisioneiros”. O Pe. Bossi é o terceiro missionário a ser raptado na zona de Mindanado, nos últimos 10 anos. Nas situações anteriores, os padres católicos acabaram por ser libertados ao fim de alguns meses de cativeiro.