Decorreu ontem, em Fátima, uma sessão de esclarecimento sobre as razões para votar Não no referendo do dia 11 de Fevereiro. Figuras como Matilde Sousa Franco, Zita Seabra, Rita Lobo Xavier e Filipe Almeida mostraram que para além dos valores religiosos, há outras razões para votar Não. Em comunicado enviado pelo Positivamente Não, o organismo que congrega as várias associações laicais e que já se estendeu a todo o território nacional, os mais de 400 presentes no Centro Paulo VI, em Fátima, assistiram ao debate promovido. Zita Seabra afirmou a sua convicção ao sublinhar que “há uma coisa que é incontornável: quero um país que respeite absolutamente a Vida!”. Por sua vez, Rita Lobo Xavier, especialista em Direito da família, salientou que o que está em causa neste referendo não é a Lei actual, mas a que vai vigorar depois do referendo. Mas, lei à parte, assumindo-se como crente, foi clara: “A minha fé diz-me que em todas as circunstâncias a vida humana é querida por Deus”. A deputada independente pelo PS, lembrou que Portugal foi pioneiro no Humanismo, “entre várias situações aboliu a pena de morte, e hoje, contrariando essa corrente humanista, quer legalizar o aborto”. Matilde Sousa Franco afirmou que “Portugal deve ir contra a moda da liberalização” e salientou que este “não é um problema apenas religioso”, pois “todas as religiões são contra o aborto”. O médico Filipe Almeida, que tem já apontado as razões médicas do Não ao aborto, lembrou que “ser médico não é só ser técnico de saúde”.