Outra vez a votos…

Luísa Gonçalves, Diocese do Funchal

Portugal volta, daqui a dois dias, a enfrentar novas eleições, e com elas regressa a sensação de cansaço coletivo. Muitos eleitores sentem que a política se tornou uma sucessão de crises e dissoluções, em vez de um espaço de estabilidade e visão para o futuro. Esta perceção fragiliza a confiança nas instituições e aumenta a descrença no próprio ato de votar.

No entanto, é precisamente nestes momentos que a democracia precisa de ser reforçada. Votar não é apenas um direito, é também uma forma de exigir responsabilidade a quem nos governa. A cada ida às urnas, os cidadãos têm a oportunidade de mostrar que não estão indiferentes ao rumo do país e que exigem mais transparência, seriedade e compromisso.

É verdade que “outra vez a votos” soa a rotina, mas não pode ser encarado como um mero aborrecimento. Cada eleição representa a possibilidade de mudança, de correção de erros e de renovação de esperança. O desafio é evitar que o desânimo leve à abstenção, porque a ausência de participação dá espaço a decisões tomadas por poucos, em nome de muitos.

Portugal precisa de estabilidade, mas também de participação ativa e consciente. E essa responsabilidade começa em cada boletim de voto.

(Os artigos de opinião publicados na secção ‘Opinião’ e ‘Rubricas’ do portal da Agência Ecclesia são da responsabilidade de quem os assina e vinculam apenas os seus autores.)

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