Os três “Amores” de São Francisco

Igreja celebra festa litúrgica do Santo de Assis São Francisco de Assis surge como que envolto numa atmosfera de irresistível simpatia, ternura e encanto. Qual o segredo desta alegria que se desprende do seu olhar? A escuta do Evangelho e a identificação com Cristo. Deste modo, dedicava uma afeição particular aos mistérios de Belém e do Calvário. Amor à Humanidade de Cristo No dia de Natal, a “festa das festas”, queria que toda a terra participasse da alegria do nascimento do Deus-Menino, ao ponto de mandar espalhar carne e cereais, pelos caminhos, para que toda a criação também se alegrasse com tão grande mistério. Na gruta de Greccio, em 1223, celebrou o Natal, num presépio improvisado onde não faltaram o boi e o jumento. Sempre que pronunciava a palavra Belém, passava a língua pelos lábios como que a saborear a doçura e o encanto que dimanavam desse nome bendito. Era tanta a sua ardente devoção ao Cristo “pobre e crucificado” que meditando neste mistério, no cimo do monte Alverne em 1224, por ocasião da Exaltação da Santa Cruz, recebeu no seu corpo os estigmas da Paixão. Com efeito, frequentemente, interrompia as suas jornadas apostólicas, a fim de subir aos pequeninos eremitérios, semeados pelos montes, onde se recolhia, por longos períodos, numa oração mais fervorosa e ardente. Amor ao “Corpo e Sangue de Cristo” O santo de Assis não se cansava de escrever cartas aos governantes, a todos os clérigos e a toda a Ordem, pedindo uma solicitude particular na guarda e veneração do Santíssimo Sacramento. Muitas vezes, encontrá-lo-emos de vassoura na mão, varrendo as igrejas mais abandonadas e humildes. Dele conservamos uma intuição original, acerca do mistério eucarístico, associando-o, também, à Encarnação do Filho de Deus. Escutemos as suas palavras: “Eis que Ele se humilha cada dia, como quando baixou do seu trono real, a tomar carne no seio da Virgem; cada dia vem até nós em aparências de humildade; cada dia desce do seio do Pai, sobre o altar, para as mãos do sacerdote”. Amor à natureza, nossa “Mãe e irmã” S. Francisco, patrono da Ecologia, não era o santo das catedrais e dos palácios, “o seu claustro era o mundo”, habitado por uma Presença que o chamava e seduzia. Era o irmão que rejubilava na presença de todos os seres, porque “filhos” de um mesmo Pai, tendo imortalizando a sua alegria no Cântico das Criaturas, qual salmo da nova criação. A vida de S. Francisco foi um Cântico de Amor ao Deus de toda a bondade. Deste modo, a sua simplicidade e liberdade erguem-se como a outra face do Absoluto. Frei Nélio Mendonça, ofm Bênção dos Animais Realiza-se hoje, no Jardim Municipal do Funchal (em frente à estátua de S. Francisco), a tradicional Bênção dos Animais (cães, gatos e outros animais domésticos, de estimação). A cerimónia está marcada para as 10h e 30 e será presidida por Frei Alexandre, da Ordem dos Franciscanos na diocese do Funchal. Ainda em referência a esta data, 4 de Outubro, festa litúrgica de São Francisco de Assis, haverá uma celebração na capela de S. Paulo (à Rua da Carreira), às 19 horas.

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