Revelações do bispo Renato Boccardo, antes da visita de João Paulo II à Suiça “Horas de oração, uma atitude de peregrinação e escassa delegação e segurança” são características fundamentais das viagens de João Paulo II – revelou D. Renato Boccardo à Agência Zenit, pouco antes da visita apostólica de João Paulo II à Suíça, dias 5 e 6 de Junho. Enquanto um representante público ou um artista «pop» viaja com uma equipa com cerca de cem pessoas que se ocupam desde a segurança até as questões alimentares, a equipa de João Paulo II é constituída por poucos elementos. Um é D. Renato Boccardo, recentemente nomeado secretário do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais e há muito tempo organizador das viagens papais. “o «séquito» do Papa é formado por cerca de trinta pessoas: cardeais, o secretário de Estado do Vaticano, o «substituto», o mestre de cerimónias, alguns sacerdotes da Secretaria de Estado que ajudam com os idiomas, um médico, os directores do «L’Osservatore Romano», o Departamento de Imprensa, Rádio Vaticano e seis membros da equipa de segurança – dois da guarda suíça e quatro policias do Vaticano – desarmados” – refere As suas viagens são autênticas peregrinações. “Quando viaja tem a atitude de um peregrino” – descreve D. Boccardo. De carro ou de helicóptero “leva sempre o rosário na mão. É como se semeasse orações no país que visita”. Para além deste pormenor, o purpurado revela que João Paulo II, antes de iniciar a actividade quotidiana, está em oração cerca de duas horas. “Durante as viagens, inclusive actualmente, o Papa está em oração desde as 6 da manhã até 8”. E acrescenta “Estamos habituados à imagem oficial do Papa mas por detrás dela há uma espiritualidade e uma humanidade profundas”. A grande capacidade de comunicação do Papa reside também no facto de sentir-se à vontade diante das multidões e na sua habilidade para improvisar e brincar com as pessoas. “Em Cuba, por exemplo – relata o bispo Boccardo-, durante a homilia, o povo começou a aplaudir e o Papa disse: «Agradeço-vos os aplausos, que permitem ao Papa recobrar alento”».
