Conclusões do VIII Encontro Animadores Sócio Pastorais das Migrações Por ocasião do 94º Dia Mundial do Migrante e Refugiado, realizou-se em Fátima (Casa Nossa Senhora do Carmo) o VIII Encontro de Animadores Sócio Pastorais das Migrações. Em debate o tema “Os Migrantes e o Futuro da Europa”, que constituiu uma oportunidade para avaliar o contributo da Presidência Portuguesa da União Europeia para uma visão integrada da realidade das migrações e para preparar o Ano Europeu para a Interculturalidade. As conclusões propostas pelos cerca de 60 participantes, provenientes da Caritas e dos Secretariados da Mobilidade Humana de 14 Dioceses, resultam da análise ao tema nas suas diferentes perspectivas e do trabalho que, diariamente, os animadores sócio pastorais das migrações desenvolvem. Considerando que 1. A Europa precisa dos imigrantes para realizar o seu projecto de desenvolvimento; 2. A Igreja na Europa não tem futuro sem os imigrantes; 3. O discurso da gestão dos fluxos migratórios deve dar lugar a modelos de integração consistentes, coerentes e determinados 4. A Europa procura restaurar o tecido de uma sociedade de confiança; 5. Os imigrantes não podem ser olhados como factor de desenvolvimento apenas dos países de acolhimento; 6. A matriz cultural da Europa está marcada pelo humanismo cristão Propomos: – Trabalhar para que a Igreja, Estado e Comunicação Social se empenhem na difusão de uma imagem da imigração mais consentânea com a realidade e menos alarmista; – Providenciar para que seja fornecida aos migrantes e às suas famílias informação correcta na base da qual eles possam tomar decisões fundamentadas para partir, ficar ou regressar, contribuindo para a neutralização dos engajadores; – Fazer pressão para que a aplicação da legislação seja uniforme, transparente, ágil e efectiva; – Promover e apoiar iniciativas que levem a um melhor conhecimento mútuo e ao diálogo intercultural; – Fazer e levar a que as entidades façam uma aproximação humanitária aos imigrantes em situação irregular – Manter a utopia do discurso do direito à mobilidade global; – Reforçar o trabalho em rede da Igreja, da sociedade civil, Estado que apoiem os migrantes; – Manifestar expectativas em relação à migração circular e as maiores reservas à implementação do “blue card”; – Investir na Evangelização, com maior criatividade, sem se limitar a uma pastoral dos sacramentos; – Ir ao encontro das comunidades que se escapam aos animadores sócio pastorais das migrações; – Fomentar uma intervenção activa por parte da Igreja Católica, em qualidade, e concertada nas suas diferentes expressões; – Promover acções de sensibilização e dinamizar nas várias comunidades o Dia Mundial do Migrante e Refugiado; Os participantes neste VIII Encontro apelaram também à ratificação por parte de Portugal da Convenção Internacional da ONU sobre a protecção dos Direitos de todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias. Fátima, 20 de Janeiro de 2008 Obra Católica Portuguesa de Migrações, Caritas Portuguesa, Agência Ecclesia