Os jovens e Bento 16

Para mim era inacreditável poder ir a Sidney… ficava tão longe! Mas quando o Papa Bento XVI disse que a próxima JMJ seria lá, comecei a organizar-me para ir. Nesse mesmo instante, ainda em Colónia, comecei a alimentar o grande desejo de partilhar e viver, mais uma experiência de Jornada, agora “no outro lado do Mundo”.

Os primeiros dias, os chamados “Dias na Diocese”, fiquei na bonita cidade de Brisbane e, acolhido por uma família de filipinos, rapidamente, a sua casa se tornou também a minha. Participámos na vida da Paróquia, bem como numa Festa da Diocese. Brisbane parou para ver os jovens todos juntos passar pelas suas ruas em direcção a um dos bonitos parques da cidade, onde ia acontecer o que eles chamaram a “Fiesta of Faith” – a Festa da Fé, após uma bonita oração ecuménica, em cinco catedrais diferentes. Eu fiquei na St. John’s Cathedral, uma igreja anglicana muito bonita, onde a oração ecuménica foi presidida por uma “Bispa” e uma “Diácona”. A “Fiesta of Faith” foi semelhante ao nosso II Grande Encontro de Jovens da Diocese de Coimbra, nas suas valências e ofertas. Para além disso, ainda tive tempo para uns passeios: “Surfers Paradise” (a praia dos surfistas), Palm Beach (uma espécie de Miami da Austrália), e um parque de vida selvagem, onde estive em contacto com algumas espécies de animais australianos, entre os quais os famosos Cangurus e Koalas.

Os dias em Sydney foram realmente únicos e maravilhosos. Recordo com alegria e saudade as 3 catequeses sobre o Espírito Santo; as Eucaristias na paróquia e a comunhão com os “irmãos” brasileiros nas mesmas; as viagens de comboio e as longas caminhadas; os rostos de alegria e felicidade e as gargalhadas daqueles que viveram comigo esta experiência; as lindíssimas paisagens e monumentos de Sydney, entre elas, a Casa da Ópera, a Ponte e o Porto de Sydney…

Recordo, também, a cerimónia de abertura JMJ, muito bonita; a imagem da chegada do Papa de barco, com um recinto composto por milhares de jovens; a Via Sacra encenada pela cidade de Sydney, momentos únicos e que vivi com grande intensidade e muita emoção; a peregrinação pela Sydney Harbour Bridge até ao local do encontro com o Papa e a Vigília e Eucaristia Final presidida pelo Papa e com um coro magnífico composto por cerca de 400 pessoas, num recinto com milhares e milhares de jovens…

No fim desta experiência única e gratificante de fé e comunhão com Deus e com os outros, fica-me assim a sensação de que sou muito pequenino e, ao mesmo tempo, tão grande, porque Deus me ama e precisa de mim… Inunda-me, também, esta certeza de que este Deus é, verdadeiramente, um Deus de Amor, e que se manifesta em mim apenas dessa forma, pelo poder do Espírito Santo…

Há quem diga que este Papa não é como João Paulo II. E não é. E ainda bem. Porque seria insuportável vê-lo a imitar João Paulo II. É verdade que os seus gestos são menos expressivos, uns dizem que é frio, outros que é tímido – isso é também o que eu penso e não que é menos próximo que João Paulo II. Porque no Barco e na Vigília e Eucaristia em Sidney ele conseguiu comunicar perfeitamente con-nosco e senti uma emoção e sintonia enormes. De facto, na Austrália ofereceram-nos um crachá que dizia, creio, «Der Papst mit uns», o Papa está connosco, e está mesmo! Uns jovens tinham uma tshirt que achei muito engraçada: nas costas, era como a tshirt de um clube de futebol e tinha escrito «Bento 16». É nessa equipa que nós jogamos, na equipa de Jesus, na Igreja, cujo capitão visível é hoje o Bento XVI ou 16.

Encontrá-lo-emos dentro de algumas semanas em Fátima. E para o ano, se Deus quiser, em Madrid. Porque o Papa está com os jovens e os jovens estão com o Papa.

Bruno Mendes
SDPJ-Coimbra

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