Os entraves do caminho ecuménico

Os entraves do caminho ecuménico “Ecumenismo: caminho irreversível” foi o tema de uma conferência, realizada na Universidade Católica Portuguesa, e integrada no ciclo “Vaticano II: 40 anos depois”. Uma reflexão que teve como orador Borges de Pinho, Professor de Teologia na UCP, e que contou à Agência ECCLESIA o estado do Ecumenismo em Portugal. O Concílio Vaticano II “marcou uma nova consciência ecuménica da parte da Igreja Católica” e portanto, nessa linha de caminho, “o movimento ecuménico é um dos sinais da acção do Espírito no nosso tempo” – salientou Borges de Pinho. A comunhão já existe entre os cristãos apesar “das divisões”. E adianta: “uma comunhão assente em bens que constróem a Igreja”. Partindo da Constituição do Vaticano II Lumem Gentium, Borges de Pinho referiu também aos participantes do colóquio que “a Igreja de Jesus Cristo não é a Igreja Católica Roma, mas sim que a Igreja de Jesus Cristo subsiste na Igreja Católica”. Por isso a tarefa ecuménica “diz respeito a todos, a cada um em particular e às Igrejas em geral”. Hoje, 40 anos depois do início do Concílio Vaticano II, onde estão os problemas que impedem este caminho ecuménico? Segundo este professor da UCP, depois de “avanços muitos rápidos temos à nossa frente um caminho longo e árduo porque entram em jogo factores que não são apenas doutrinais”. Os problemas subsistem porque, na óptica de Borges de Pinho, existe “uma persistência de um desconhecimento mútuo”. Apesar de tudo conhecemo-nos “mal uns aos outros” e o que “dizemos dos outros são muitas vezes fruto de ideias erradas”. Pontos de reflexão que ajudaram os presentes a fazer “uma autocrítica à nossa própria identidade confessional”. A maneira como cada um vive a sua fé “leva-nos a absolutizar e não questionar”. Dificuldades no caminho, mas que Borges de Pinho qualifica como “concreto e visível a nível dos sentimentos de comunhão que existem entre muitas comunidades e cristãos”. Uma situação em constante mudança e que levou este professor a citar Walter Kaspers: “nos últimos 40 anos avançou-se mais do que nos últimos 450 anos”.

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