Os frutos da “Nova Evangelização” serão tanto mais proveitosos quanto maior for o vigor e o empenho colocado nesta missão, por parte de toda as estruturas da Igreja.
Numa carta pastoral intitulada “Nova Evangelização” – um desafio pastoral, D. José Policarpo procura chamar a atenção de todos os cristãos, “sobretudo daqueles que já desempenham uma missão pastoral”, para a necessidade de colocarem mais dinamismo nas suas acções.
Um “novo ardor” que os leve a “fazer da evangelização não apenas uma tarefa programada, mas uma paixão”, sublinha o cardeal Patriarca de Lisboa.
O documento agora publicado começou a ser pensado por D. José Policarpo “desde que João Paulo II lançou o desafio de uma nova evangelização”. A primeira vez que o antigo Papa utilizou este termo foi em 1983, no Haiti, durante uma conferência endereçada aos países da América Latina.
“Este tema tem-me interpelado e interrogo-me sobre como traduzi-lo no dinamismo pastoral da nossa diocese, transversal a toda a realidade diocesana e a todas as opções e estruturas pastorais” afirma o responsável máximo pela diocese de Lisboa
Olhando para a Igreja de Lisboa, D. José Policarpo refere que “as opções pastorais são acertadas, os objectivos traçados são lógicos e coerentes e muitos dos agentes pastorais são dinamizados pela fé”.
No entanto, realça que “é grande o peso das estruturas”, avançando ainda que “a racionalidade das organizações diocesanas e paroquiais pode levar a que os seus agentes sejam executores generosos, mas sem o ardor da fidelidade a Jesus Cristo e ao seu Evangelho”.
Na carta podemos ler ainda que “evangelizar não é um programa, é uma loucura do amor”, e é nesta medida que o cardeal Patriarca defende o reforço necessário de um conjunto de áreas que não podem ser descuidadas.
Aos evangelizadores, D. José Policarpo pede maior “fidelidade, santidade, espiritualidade e oração”. O acolhimento da Palavra de Deus e a prática verdadeira dos ensinamentos que ela contempla também é uma condição essencial para um agente da “Nova Evangelização”.
“Há muita coisa a rever sobre o lugar da Palavra de Deus, sobretudo da Palavra de Jesus, na formação espiritual dos evangelizadores, desde a Liturgia, à proclamação da Palavra, ao lugar da Palavra na oração pessoal” refere o Patriarca.
“Só entrarão na dinâmica da “nova evangelização” evangelizadores habitados e devorados pela Palavra de Deus” reforça ainda.
Isto só será possível, de acordo com a sua carta pastoral, se houver uma formação proporcionada pela Igreja, que ilustre uma “fidelidade cristã e não apenas uma preparação técnica e cultural para a missão evangelizadora”.
D. José Policarpo incluiu nesta “pedagogia” para a Nova Evangelização todos os “sacerdotes, pessoas consagradas, em famílias religiosas ou no meio do mundo”, e também aqueles que “escolheram o caminho do matrimónio”.
Quanto aos meios a utilizar pela diocese, para passar das palavras aos actos, o cardeal Patriarca de Lisboa destacou o reforço da pedagogia da fé e da oração, a atenção redobrada ao ministério sacerdotal e à vivência da Liturgia.
Para uma “experiência de oração contemplativa”, o patriarcado vai também colocar à disposição de quem quiser participar, o Centro de Espiritualidade do Turcifal e a Casa do Bom Pastor, na Buraca.