D. Manuel Pelino deixa alertas na peregrinação internacional de julho, diante de milhares de pessoas
Fátima, Santarém, 13 jul 2011 (Ecclesia) – O bispo de Santarém alertou hoje em Fátima para as consequências do “esquecimento de Deus”, considerando que a atual crise “económica e financeira” é consequência de uma “crise mais ampla, espiritual e ética”.
D. Manuel Pelino falava na homilia da missa de encerramento da peregrinação internacional de julho, no Santuário da Cova da Iria, diante de milhares de pessoas.
“O esquecimento de Deus, na cultura contemporânea, tem provocado o esquecimento do homem e diluído a responsabilidade de construir um mundo mais humano, justo e saudável”, disse o prelado, lembrando aos católicos a importância de manifestarem na sociedade um “amor que se aproxima, solidariza e salva das dificuldades concretas”.
Esta “ausência de Deus”, disse o bispo de Santarém, “repercute-se na ausência de referências éticas e no empobrecimento de valores humanos”.
Para este responsável, existe em Portugal um “défice de esperança no futuro”, um “sentimento de insegurança” e uma “sensação de desconfiança nas promessas e cálculos económicos”.
[[v,d,2209,Homilia de D. Manuel Pelino]]“Para vencer a crise, precisamos de mudar de estilo de vida, seguir um caminho novo”, acrescentou, sublinhando a importância da solidariedade e da partilha.
Aos católicos, precisou, compete a prática “do amor fraterno” e das “boas obras”, particularmente no atual momento de crise.
“A realização ou fracasso da nossa vida cristã depende da prática do amor”, assinalou.
Na noite de terça-feira, o bispo de Santarém tinha alertado para a “moda” da “indiferença religiosa”.
“Nota-se hoje um sentimento de insegurança, de solidão, de desânimo, porque sem Deus ficamos entregues a nós mesmos, dependentes dos nossos medos, sem luz para nos orientarmos”, afirmou.
Para D. Manuel Pelino, “à medida que se apaga a memória de Deus na consciência”, muitas pessoas “ficam sem orientação, perdem as referências do bem e do mal, sobretudo, falta o apelo ao amor verdadeiro, à liberdade e à fraternidade”.
44 grupos organizados de peregrinos anunciaram-se como participantes nas celebrações da vigília, revelou o site do Santuário.
A sala de imprensa da instituição sublinha que, como é tradição nesta peregrinação, desde 2008, o ícone oriental de Nossa Senhora de Fátima foi colocado na Capelinha das Aparições.
Segundo a publicação ‘Memórias da Irmã Lúcia’, escrita pela própria vidente de Fátima, Nossa Senhora abriu as mãos na aparição de 13 de julho de 1917 e os três pastorinhos tiveram uma visão do Inferno.
Em seguida, a Virgem revelou que viria pedir a consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração, razão pela qual o ícone foi pintado na Rússia, segundo as técnicas tradicionais, e tem escrita a palavra ‘coração’.
No final da celebração, D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, lembrou a mensagem da aparição de julho, em 1917, na qual, disse, se mostrou “o amor divino que sustenta e salva o mundo” como a “a última palavra”, apesar do mal e da destruição no mundo.
O prelado deixou em particular uma saudação aos peregrinos italianos, o grupo mais numeroso entre os estrangeiros que anunciaram a sua presença ao Santuário de Fátima.
OC
Notícia atualizada às 12h12