Oriente e Ocidente unidos pela Páscoa

A Páscoa foi celebrada este ano no mesmo dia, 8 de Abril, pelas Igrejas do Ocidente e do Oriente, numa coincidência de calendários que permite dar um sinal significativo de unidade. A celebração conjunta repete-se em 2010, 2011, 2014 e 2017, mas depois só voltará a ter lugar em 2034. Roma e Constantinopla, Moscovo e, sobretudo, Jerusalém, estiveram unidos nesta celebração. Na Terra Santa, milhares de peregrinos católicos, protestantes e ortodoxos reuniram-se numa grande festa, abrilhantada pela presença de 8 mil cristãos da Cisjordânia e quinhentos de Gaza, a quem a autoridade israelita concedeu, excepcionalmente, autorização para se deslocarem a Jerusalém. O Patriarca Latino, D. Michel Sabbah, renovou os seus apelos aos que têm responsabilidade “pela guerra e pela paz”, para que coloquem um ponto final no conflito que ensanguenta a região. “Até agora, a opressão fez nascer a violência e a violência gerou mais opressão, pelo que é necessário que cesse a ocupação inicial e a recusa do recíproco reconhecimento”, exortou. A Páscoa é a primeira festa cristã em importância e antiguidade. Nos primeiros séculos, contudo, as Igrejas do Oriente celebravam a Páscoa como os judeus, no dia 14 do mês de Nisan, ao passo que as do Ocidente a celebravam sempre ao Domingo. O Concílio de Niceia, no ano 325, apresentou prescrições sobre o prazo dentro do qual se pode celebrar a Páscoa, conforme os cálculos astronómicos (primeiro Domingo depois da lua cheia que se segue ao equinócio da Primavera): de 22 de Março a 25 de Abril. A adopção do calendário gregoriano (1582) trouxe nova divergência entre as Igrejas do Ocidente e as Ortodoxas, pois estas não aceitaram, na liturgia, o novo calendário. As Igrejas de rito Bizantino, para a celebração da Páscoa, seguem até hoje o “calendário juliano”, que apresenta um atraso de 13 dias em relação ao nosso calendário civil.

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