Organizações sociais e pastorais temem agravamento das tensões no Brasil

Organizações sociais e a coordenação da Pastoral da Terra da Igreja Católica no Brasil dizem que a destituição do Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Marcelo Resende, pode agravar a tensão no campo. O governo explicou a substituição de Marcelo Resende pelo economista Ralf Hackbart como uma estratégia para reduzir a violência no campo, pois Resende – que teria justificado ocupações de fazendas por parte do MST – era considerado “inimigo” dos fazendeiros. Segundo D. Tomás Balduíno, Bispo emérito de Goiás e Coordenador da Pastoral da Terra “a tensão no campo vai agravar-se, pois as organizações sociais deixarão de sentir-se parceiras do Governo no projecto de reforma agrária”. “A única saída que resta, é aumentar a pressão pela reforma agrária”, acrescentou D. Balduíno, para quem a destituição de Resende demonstra que, no Governo de Lula se impuseram sectores que defendem uma reforma agrária “menos democrática”, cuja base não é a distribuição de terras, mas a venda ou o arrendamento de lotes. “É a reforma exigida pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). A outra, – argumenta o bispo – a que pretendia atender a milhões de camponeses sem terra, foi abortada.”

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