Organizações humanitárias apontam necessidades dos refugiados iraquianos

Enquanto os bispos americanos pedem fim do conflito e «transição responsável» O número e as exigências dos refugiados iraquianos estão a aumentar e a assistência humanitária torna-se mais grave, enquanto a situação geral do país não dá sinais de melhoria. As agências humanitárias no Iraque, como a Caritas e o Alto Comissariado da Onu para Refugiados (Acnur), o Programa Mundial de Alimentos (Pam) entre muitas outras, relançaram um apelo às autoridades internacionais para enfrentarem o fluxo de refugiados e deslocados que fogem das áreas de conflito, onde só existe o extremismo e a miséria. “As necessidades dos refugiados e dos deslocados internos iraquianos são enormes e aumentam de dia para dia”, afirmou, em Genebra, o Alto Comissário da Onu para Refugiados, António Guterres, “como é também enorme, o esforço dos governos e das comunidades nos países da região, que encontram enormes dificuldades para assistir ao número de iraquianos fugidos das suas próprias casas. O novo apelo do Acnur tem como objectivo aumentar a ajuda quer para os deslocados, quer para aqueles que os hospedam, mas para fazer frente a problemas assim tão grandes, as actividades da Agência devem fazer parte de um esforço internacional muito mais amplo”. O deslocamento maciço, causado pelas condições de violência extrema em que o Iraque se encontra, tem um impacto demasiado significativo sobre os países da região: mais de quatro milhões de iraquianos foram obrigados a fugir. Alguns fizeram-no durante o regime de Saddam Hussein e centenas de milhares desde 2003 até hoje. Cerca de dois milhões de iraquianos vivem na Síria e na Jordânia, enquanto outros dois milhões são deslocados internos. Com base nos dados da ONU, hoje, um em cada sete iraquianos é deslocado e estima-se que dois mil fogem todos os dias. Desde o início de 2006, cerca de 822 mil iraquianos deixaram as suas próprias casas à procura de um lugar mais seguro dentro do país. O Acnur já registou 150 mil iraquianos hospedados nos países vizinhos. Cerca de nove mil deles, particularmente vulneráveis, são beneficiários de programas de reinserção, oito mil dos quais terão como destino os Estados Unidos. Cerca de 60 mil crianças iraquianas frequentam as escolas dos países da região, enquanto 10 mil iraquianos utilizam as estruturas hospitalares financiadas pelo Acnur todos os meses e outros 10 mil recebem regularmente refeições alimentares. A somar a esta situação, milhares de iraquianos vítimas de tortura, de violência sexual e de ataques violentos dirigem-se às agências humanitárias a necessitar de assistência médica urgente. A maior parte das crianças iraquianas não frequenta a escola. O trabalho das agências concentra-se em cinco sectores principais – educação, saúde, alimentação, alojamentos e assistência social e jurídica. Bispos americanos pedem fim da guerra Nos Estados Unidos, os Bispos discutem formas de acabar com a guerra no Iraque junto dos democratas. Os bispos concordaram encontrar-se com o grupo de católicos da Casa dos Democratas manifestando o objectivo de discutir “uma transição responsável” para acabar com a guerra no Iraque. Este pedido foi também dirigido aos membros do Congresso e à administração Bush para acabar com a política de impasse em Washington e “forçar políticas bipartidárias que resultem numa transição responsável”. “A actual situação no Iraque é inaceitável e insustentável”, escreveu o Bispo de Orlando, D.Thomas G. Wenski, presidente do Comité de Política Internacional, numa carta dirigida ao republicano Tim Ryan, tornada pública pela Conferência dos Bispos Católicos, ontem, dia 18. A carta do Bispo Wenski é uma resposta à missiva que Tim Ryan lhe dirigiu, a 28 de Junho, em seu nome e de mais 13 democratas católicos, onde pediam aos bispos para se envolveram nos esforços para acabar com a guerra no Iraque. Com Agência Fides

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Agência ECCLESIA

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