Organizações católicas lançam pedido ao G8

Destinar 0,51% do PIB para a ajuda pública ao desenvolvimento é um dos compromissos assumidos pelos países do G8 há dois anos e que a Caritas Internacional e a CIDSE (Cooperação Internacional para o Desenvolvimento e Solidariedade) querem ver cumprido. O pedido, que junta mais de 80 mil assinaturas angariadas em mais de 50 países, chega hoje às mãos dos líderes dos sete países mais ricos e à Rússia. O G8, reunido de hoje até sexta-feira em Heiligendamm, na Alemanha, vai ser desafiado a cumprir as promessas de ajuda aos mais pobres. Philipe Roureux, um dos responsáveis pela campanha “Faça a Ajuda Funcionar”, diz á Renascença que os países doadores “devem garantir que o dinheiro não desaparece na corrupção e que as organizações da sociedade civil tenham uma palavra a dizer sobre a forma como o dinheiro vai ser gasto, se na educação ou na construção de estradas” e tratando de acompanhar os países receptores, por exemplo, envolvendo “a sociedade civil na definição das prioridades”. A ajuda ao desenvolvimento é um dos temas em agenda para esta reunião. Mas o sucesso da campanha, afirma Philipe Roureux, depende da acção concreta dos mais ricos e da forma como vão responder aos apelos que hoje lhes chegam de todo o mundo, “esperamos agora que o G8 cumpra as promessas que fez há dois anos. Então sim, esta campanha terá sido um sucesso”. “Faça a ajuda funcionar, o mundo não pode esperar” é o apelo em que envolveram organizações católicas de todo o mundo para lembrarem aos mais ricos os compromissos assumidos com os países mais pobres, onde graves problemas de pobreza, doenças e corrupção travam um correcto desenvolvimento. As organizações católicas do Norte e do Sul interpelam os governos dos países do G8 e os governos de países em desenvolvimento para que cumpram sua responsabilidade na luta eficaz contra a pobreza, a fome e a doença: mais de 100 milhões de crianças nos países em desenvolvimento carecem da oportunidade de frequentar uma escola; em cada ano, 500 000 mulheres morrem no parto, por falta de atendimento médico adequado; só na África, há 4 milhões de pessoas com SIDA que não têm acesso aos medicamentos de que necessitam. Nos 50 países mais pobres do mundo a situação ainda é mais dramática:um terço da população adulta não sabe ler nem escrever, uma em três pessoas sofre de desnutrição e a esperança média de vida não vai além dos 52 anos. Redacção/RR

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