Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança presidiu à Eucaristia na Sé de Viseu, no âmbito das comemorações do Dia do Exército

Viseu, 27 out 2025 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança destacou, este domingo, na Sé catedral de Viseu, a importância do testemunho do exército atualmente, perante o cenário mundial marcado por conflitos.
“Vivemos, de facto, um tempo conturbado na Europa e no mundo. Guerras prolongadas, terrorismo, deslocações forçadas de milhões de pessoas. Por isso, o testemunho das Forças Armadas e, em particular, do nosso Exército é hoje mais necessário do que nunca”, afirmou D. Sérgio Dinis, na homilia da Eucaristia.
“Não como instrumento de dominação, porém como escola de valores, disciplina, solidariedade, sacrifício e, acima de tudo, fraternidade”. assinalou.
Para D. Sérgio Dinis, “o Exército Português é e deve continuar a ser uma reserva moral da nação”.
“Repito, uma reserva moral da nação, um espaço onde a pátria se aprende e se serve e não se explora”, acrescentou.
O Dia do Exército celebrou-se a 24 de Outubro, data em que se celebra a tomada de Lisboa, 1147, pelas tropas de D. Afonso Henriques, seu patrono.
Perante autoridades militares, políticas e académicas, o bispo pediu que o Exército Português continue a ser, como foi ao longo da história, “uma força que serve, protege e constrói”.
“São Paulo, na 2ª leitura, oferece-nos o retrato de quem chega ao fim da sua missão com o coração pacificado. Dizia Paulo: ‘combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé’.”, recordou, destacando que também os militares poderiam fazer destas as suas palavras, depois de uma vida ao serviço da pátria e da paz.
“Também eles combateram o bom combate, o combate da lealdade, da solidariedade, do dever cumprido muitas vezes longe de casa, das suas famílias, em terras estrangeiras ou no silêncio quotidiano, sem aplausos, sem louvores por vezes e sem recompensas visíveis”, realçou.

Falando no Evangelho deste domingo que contrapõe a diferença de atitudes do fariseu e do publicano, D. Sérgio Dinis valorizou a “grandeza de uma instituição como o Exército” que “não se mede só pelo poder dos seus meios, mas pela humildade e integridade dos seus membros”.
“A força de Portugal nasce sempre da alma dos seus filhos. O Exército Português está a crescer, não só em número, mas em alma. E eu sinto. Quando um militar serve com humildade, sem vanglória e oferece o melhor de si pelo bem comum, é como o publicano do Evangelho, justificado porque vive na verdade”, referiu.
O bispo do Ordinariato Castrense evocou o Papa Francisco, que disse que “a missão não é conquista, mas é comunhão, não é superioridade, mas serviço, não é triunfo, mas testemunho” para referir que “assim deve ser também o serviço militar, testemunho de amor ao outro, expressão de uma vocação de serviço e dom”.
D. Sérgio Dinis lembrou ainda as palavras do Chefe do Estado-Maior do Exército: “O verdadeiro soldado não combate porque tem diante de si algo que odeia, mas porque tem atrás de si algo que ama”.
“É esse amor que queremos celebrar hoje, o amor à pátria, à liberdade, à paz, à justiça e também o amor aos que sofrem. Que o Exército continue a ser essa força, que se move não pelo orgulho, mas pela entrega, pela dedicação, não pela exaltação, mas pelo humilde serviço”, expressou.
LJ/OC
